2 anos de pandemia: técnico de enfermagem que dormia no terraço para proteger mãe consegue reformar casa, na PB

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Técnico de enfermagem que dormia no terraço consegue reformar a casa da mãe após vaquinha, na PB — Foto: Joseildo da Silva/Arquivo Pessoal

O técnico em enfermagem Joseildo da Silva Batista, de 33 anos, conseguiu reformar a casa onde mora com a mãe, em Campina Grande, após uma vaquinha virtual realizada para que ele pudesse ter onde dormir sem o risco de contagiá-la com a Covid-19. No início da pandemia, há exatos dois anos, ele precisou dormir no terraço de casa para se isolar da mãe, uma idosa de 74 anos com comorbidades.

Nesta sexta-feira, completam-se dois anos desde que a Organização Mundial de Saúde declarou pandemia da Covid-19.

Joseildo trabalha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Alto Branco, em Campina Grande. Trabalhando na linha de frente, no início de 2020 o técnico de enfermagem não imaginava que a pandemia pudesse chegar à Paraíba. Mas, ao longo dos meses, teve que lidar com a maior crise de saúde da história recente.

“Eu tive contato com a primeira pessoa que morreu de Covid-19 em Campina Grande. Foi um período muito atribulado e de sofrimento. Uma grande quantidade de óbitos, muita pressão nos hospitais… Foi bem difícil”, relembra.

A rotina no hospital, que era referência no atendimento a pessoas com coronavírus, teve várias consequências à vida de Joseildo. A primeira delas foi a necessidade de se distanciar da mãe para evitar que ela contraísse a doença.

E deu certo. Em dois anos de pandemia, apesar de ter se infectado com a Covid-19 duas vezes, a mãe do técnico de enfermagem não testou positivo nenhuma vez. Agora, está vacinada com as três doses da vacina.

Mãe do técnico de enfermagem foi vacinada com as três doses, em Campina Grande — Foto: Joseildo da Silva/Arquivo Pessoal
Mãe do técnico de enfermagem foi vacinada com as três doses, em Campina Grande — Foto: Joseildo da Silva/Arquivo Pessoal

“Hoje eu e minha mãe estamos com as três doses da vacina, e se tiver mais, nós vamos tomar. Se hoje estamos numa situação diferente, é por conta da vacina”, conclui.

A história do técnico de enfermagem repercutiu em todo o país. Logo uma vaquinha on-line foi aberta para arrecadar fundos para Joseildo reformar a casa. Ele conta que, com o valor arrecadado, conseguiu não apenas construir um novo quarto para manter a mãe isolada, como reformar a casa inteira e ajudar diversas organizações e pessoas que precisavam de ajuda financeira.

“Graças a Deus já terminamos a construção da casa da minha mãe com o valor da vaquinha. Ainda faltam algumas coisas, mas estou fazendo tudo pra ela ter mais conforto. Também conseguimos ajudar várias pessoas. Foi muito bom”, disse.

Terraço onde Joseildo dormia passou por reforma e foi decorado — Foto: Joseildo Batista/Arquivo Pessoal
Terraço onde Joseildo dormia passou por reforma e foi decorado — Foto: Joseildo Batista/Arquivo Pessoal
Novo quarto de Joseildo, construído após a vaquinha virutal — Foto: Joseildo Silva/Arquivo Pessoal
Novo quarto de Joseildo, construído após a vaquinha virutal — Foto: Joseildo Silva/Arquivo Pessoal

Do início da pandemia até conseguir concluir a reforma da casa, Joseildo precisou dormir no terraço da própria casa e depois foi para um hotel para continuar isolado da mãe. Ele só voltou pra casa quando a UPA deixou de ser referência para atendimentos a pessoas com Covid-19 em Campina Grande.

“Continuo fazendo meu trabalho na UPA, mas a realidade está muito diferente. Não passamos mais aquela pressão que a gente passou, de muitas mortes e casos graves, uma pressão imensa… A gente dava apoio profissional e emocional. Agora, finalmente, estamos vencendo”, conclui.

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