7 são presos suspeitos de espancar e matar jovem após fake news

por Alfredo Henrique

São Paulo – A Justiça decretou por tempo indeterminado, na quinta-feira (29/2), a prisão de sete homens, que já estão na cadeia, sob a suspeita de espancarem até a morte Rafael dos Santos Silva, de 22 anos, em dezembro do ano passado na Grande São Paulo.

O assassinato, com requintes de crueldade, foi concretizado após a disseminação de uma notícia falsa, na qual era sugerido que a vítima havia matado dois cachorros. O homicídio qualificado ocorreu em Suzano (São Paulo).

Parte da violência, durante a qual foram dados socos, chutes, pauladas, pedradas e até um carro usado para atropelar o rapaz, natural de Jaboatão dos Guararapes (PE), foi registrada em vídeo pelos criminosos.

Rafael começou a ser agredido com a luz do dia e, já de noite, permanecia caído no meio fio da Estrada do Tanaka, no bairro Estância Americana, onde morreu em decorrência de um traumatismo cranioencefálico.

O delegado Rubens José Ângelo, titular do Setor de Homicídios e de Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi da Cruzes, confirmou que foram alvo das prisões preventivas da quinta-feira (29/2) Jean Maia, Valtinei Ribeiro de Moraes, Luan Amaral Luciano, José de Souza Duarte, Alean de Carvalho Duarte Alves, Fabiano de Farias e Toni Ramos de Abreu. A defesa deles não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Segundo apurado, além dos sete presos, a Polícia Civil também investiga o vereador Marcel Pereira Silva (PTB) por suspeita de propagação de notícia falsa e incitação ao crime. O parlamentar compartilhou o vídeo da agressão, no dia da morte de Rafael, afirmando que a vítima havia confessado ter matado cachorros.

A defesa dele também não foi localizada. O espaço também está aberto para manifestações.

Fake News

A investigação do SHPP levantou que a motivação para as agressões seguidas de morte foi a propagação, nas redes sociais, de uma notícia falsa na qual Rafael era apontado como o autor da morte de dois cães, “fato que não se confirmou”, de acordo com o delegado Rubens José Ângelo.

“Ressalte-se que o crime foi praticado contra a vítima com requintes de crueldade, malvadez, demonstrando a frieza e desumanidade de seus algozes, com golpes na cabeça, rosto e corpo todo”.

Com a análise do vídeo, a polícia conseguiu identificar os autores do homicídio e solicitar à Justiça a prisão deles.