“Poderia não ter acontecido? Poderia. Se os alertas tivessem chegado àqueles que tinham condições de colocar em execução o Plano Escudo, isso teria sido efetivo. A inteligência não chegou a quem devia atuar. Os alertas eram enviados direto ao ministro [GDias]. Não chegou para nós”, disse o militar da reserva.
Penteado citou ainda as mensagens trocadas entre o ex-diretor-geral da Abin, Saulo Moura, e GDias na manhã do dia 8 de janeiro.
“Às 8h36 da manhã do dia 8 de janeiro, a Abin avisa [a GDias] que já tinha formado opinião sobre a manifestação e que ela teria, como teve, o grau de violência que houve. Às 8h36, o ex-ministro já tinha cognitivamente chegado à conclusão. Ele mesmo diz: ‘Vamos ter problemas’”, lembrou Penteado.
“Das 8h36 até a invasão do Planalto, por volta das 15h10, nós teríamos tempo de fazer muita coisa. Teríamos tempo de fazer a chamada do gabinete, colocar as tropas lá, teríamos tempo de levar as tropas previstas no Plano Escudo par o Palácio do Planalto. Nós teríamos tempo de reagir. Nós não recebemos a informação”, lamentou.