O Planalto enxergou o movimento como um recado, já que a resistência de bolsonaristas é tida como facilmente administrável caso Pacheco e Alcolumbre se comprometam com a indicação.
Ministros do STF são indicados pelo presidente da República, mas sua nomeação depende de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e de aval posterior pelo plenário.
Primeiro escolhido por Lula para integrar o tribunal neste novo mandato, Cristiano Zanin teve seu nome aprovado com ampla margem e de maneira rápida, justamente porque contou com Pacheco e Alcolumbre como padrinhos de sua indicação.
A sinalização vinda do Senado ajudou a dar novo embalo à candidatura de Bruno Dantas, hoje presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com pessoas próximas às negociações, o principal motor da articulação seria a vaga que se abriria no TCU.
A cadeira poderia, então, ser preenchida por um nome indicado pelo Senado, possivelmente o próprio Pacheco.
Em outra frente, entretanto, aliados de Jorge Messias, enxergaram na resistência a Dino uma brecha para tentar reacender a candidatura do advogado-geral da União.
Messias já vinha sendo visto como carta fora do baralho até mesmo por alguns de seus colegas de partido. Uma ala petista passou a defender discretamente o nome de Dantas como plano B, caso a disputa afunile entre o presidente do TCU e Flávio Dino.
Na esperança de estancar a debandada, aliados de Messias voltaram a investir na tese de que Lula deve escolher um aliado fiel para o STF.
Messias é petista de carteirinha e indica que manteria o alinhamento a pautas petistas se chegar ao Supremo.
Lula, entretanto, tem sinalizado internamente que a falta de bagagem pode jogar contra o aliado na disputa.