Questionado sobre Venezuela, Lula diz que em 2018 não ficou ‘chorando’ ao ser impedido de disputar eleições
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a comentar na quarta-feira (6) as eleições presidenciais na Venezuela, marcadas para o próximo dia 28 de julho, dia do aniversário do ex-presidente Hugo Chávez.
Sucessor político de Chávez, o atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vai concorrer à reeleição. O Supremo Tribunal de Justiça, alinhado a Maduro, inabilitou uma eventual candidatura de Maria Corina Machado, que hoje é a principal política de oposição no país caribenho.
Questionado pela imprensa sobre se há condições para eleições “justas” na Venezuela, Lula afirmou que, em 2018, quando foi impedido de disputar as eleições presidenciais pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “não ficou chorando” e indicou outro candidato, Fernando Haddad.
“Aqui, neste país, eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato, que disputou as eleições. Na Venezuela, tá marcada as eleições pro dia 28 de julho. Agora, a pergunta é se a eleição vai ser honesta ou não. Eu espero que as eleições as mais democráticas possíveis”, afirmou Lula.
O petista se referiu ao atual ministro Fernando Haddad, que, em 2018, indicado como substituto de Lula, foi derrotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 2018, após o TSE de rejeitar a candidatura de Lula, a defesa do petista recorreu da decisão e o PT divulgou nota criticando o impedimento, que a sigla classificou como “cassação política, baseada na mentira e no arbítrio”.
‘Não pode jogar dúvida antes da eleição’, diz Lula
Ainda sobre o processo eleitoral venezuelano, Lula afirmou que, durante reunião na semana passada, Maduro afirmou a ele que serão chamados observadores do “mundo inteiro” para acompanhar as votações.
“O que eu posso esperar? Que haja as eleições para saber se foram democráticas ou não”, afirmou o petista, que é um tradicional aliado de Maduro.
“A gente não pode já jogar dúvida antes de as eleições acontecerem. Porque aí começa a ter discurso de prever que vai ter problema. Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições para que a gente posse julgar se foi democrática, decente”, completou.
Na sequência, Lula disse que, após as eleições de 2022, no Brasil, o seu adversário, Jair Bolsonaro, contestou os resultados e levantou dúvidas sobre a segurança do processo de votação.
Lula deu as declarações durante coletiva de imprensa após reunião com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto.
Sobre a eleição na Venezuela, Sánchez disse esperar que o pleito ocorra com garantias democráticas.