Procurador-geral da Venezuela diz que Lula e Petro se intrometem em assuntos do país: ‘Inaceitável’

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Presidente Lula e presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se reúnem em Bogotá — Foto: EBC/Reprodução

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, classificou como intromissão as falas dos presidentes do Brasil, Lula, e da Colômbia, Gustavo Petro, sobre as eleições no país. Em uma entrevista coletiva na quarta-feira (28), Saab afirmou que as atitudes dos dois líderes são “inaceitáveis”.

Saab é alinhado a Nicolás Maduro e abriu investigações contra opositores após o resultado das eleições de 28 de julho. O candidato Edmundo González, inclusive, será intimado para prestar depoimento pela terceira vez e pode ser preso se faltar.

Ao ser questionado sobre comentários da comunidade internacional em relação às eleições venezuelanas, o procurador criticou as atitudes de Lula e Petro. No sábado passado (24), os presidentes divulgaram uma declaração conjunta cobrando a publicação das atas eleitorais pelas autoridades venezuelanas.

“[As atitudes deles] são inaceitáveis. Quando eles tiveram problemas legais e eleitorais nas eleições deles, a Venezuela não se intrometeu. A Venezuela não disse nada”, disse.

Saab também fez críticas ao presidente do Chile, Gabriel Boric, a quem chamou de “agente da CIA”.

“A CIA lhe dá uma lista de comentários diários, e você os diz em nome da esquerda. Você não é esquerdista, você é um herdeiro da geração que veio depois de Pinochet”, afirmou Saab.

Além disso, o procurador também acusou o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, de promover golpes de Estado na América Latina.

As declarações de Saab são semelhantes a afirmações dadas por Nicolás Maduro após as eleições. Assim como o procurador-geral, Maduro também afirmou que a Venezuela não tinha interferido em assuntos internos de Brasil e Colômbia.

González intimado

Saab afirmou que o Ministério Público da Venezuela vai intimar pela terceira vez o candidato da oposição nas eleições presidenciais, Edmundo González.

O procurador-geral disse que González deve depor sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site. O oposicionista faltou nas duas últimas intimações.

“Se ele faltar, o Ministério Público vai anunciar uma ação em resposta”, afirmou Saab.

Pela lei venezuelana, pessoas que ignoram três intimações judiciais podem ser alvos de um mandado de prisão.

Depois das eleições, o candidato da oposição passou a ser investigado pelos crimes de usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, entre outros.

No domingo (25), González disse em uma rede social que estava sendo “pré-acusado de crimes que não foram cometidos”. Ele também afirmou que não estava claro sob quais condições o depoimento iria acontecer.

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