Instagram anuncia conta para adolescentes com mais restrições e regulagem de algoritmo; saiba mais

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Instagram anunciou na terça-feira (17) uma opção de perfil com proteções automáticas e maior supervisão parental para usuários jovens. A chamada Conta de Adolescente deve chegar ao Brasil e ao restante da América Latina em janeiro de 2025, segundo a Meta.

Menores de idade serão incluídos de forma automática nessa modalidade, e pessoas com menos de 16 anos precisarão de permissão dos pais para flexibilizar as configurações.

A Meta exigirá comprovação de idade e afirma que está desenvolvendo tecnologias capazes de detectar usuários jovens mesmo quando a data de nascimento informada for a de um adulto. A idade mínima para utilizar as redes sociais da empresa é 13 anos.

Imagem mostra duas caputras de tela do Instagram sobrepostas a fundo que vai do amarelo ao roxo em um degradê da esquerda para direita. Nos prints, novas funcionalidades da conta para adolescentes são mostradas.
Instagram lança conta com funções de segurança para adolescentes – Divulgação/Meta

As contas dessa modalidade serão privadas por padrão, e as mensagens estarão restritas apenas a seguidores e conexões existentes. Marcações e menções só poderão ser feitas por seguidores.

Adolescentes terão menos chances de encontrar conteúdo potencialmente prejudicial ou inadequado, segundo a Meta. A plataforma implementará configurações mais restritivas para conteúdo sensível, como peças que mostrem pessoas brigando ou que promovam procedimentos estéticos nas abas Explorar ou Reels.

A Meta também afirma que ativará versão mais restritiva da ferramenta de palavras ocultas, “filtro anti-bullying” da rede social, para que palavras e frases ofensivas sejam barradas dos comentários e solicitações de DMs (mensagens privadas diretas).

Duas capturas de tela do Instagram dispostas sobre fundo degradê que vai do amarelo ao roxo.
Meta anuncia possibilidade de regulação de algoritmo para adolescentes – Divulgação/Meta

A Conta de Adolescente terá lembretes após 60 minutos de uso diário e um modo noturno, ativo entre 22h e 7h, que silencia notificações e envia mensagens automáticas nas DMs.

O comunicado da Meta diz que adolescentes terão acesso a um novo recurso, “feito especialmente para eles”, que permite selecionar os tópicos que mais desejam ver na aba Explorar e em suas recomendações.

Questionada, a empresa não explicou se o recurso para regular o algoritmo também estaria disponível para contas de adultos. O rival TikTok anunciou função semelhante a usuários dos EUA no início do mês.

A Meta também não especificou como seria a regulação de restrição para jovens cujos pais não têm contas em redes sociais ou não desejam participar do controle das contas dos filhos.

A Meta também apresentou novos recursos na já existente supervisão parental do Instagram. Pais terão acesso à visualização dos contatos dos últimos sete dias e à definição de limites diários de uso, poderão bloquear o acesso em horários específicos e verão quais tópicos os filhos acompanham na rede.

EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália receberão a atualização com a Conta de Adolescente nos próximos 60 dias. O prazo para a União Europeia é até o final do ano. A Meta afirmou que planeja estender a modalidade para o Threads, Facebook e Messenger a partir de 2025.

‘Conta de Adolescente’ no Instagram pode transferir o dever das big techs para os pais, dizem especialistas

A Conta de Adolescente lançada pelo Instagram na terça-feira (17) ajuda, mas não resolve por completo problemas enfrentados por jovens nas redes sociais.

Apesar de sinalizar resposta da Meta, dona da rede social, a cobranças por maior regulação nas plataformas, a iniciativa não pode jogar os pais responsabilidades das big techs, segundo especialistas consultados pelo jornal Folha de S.Paulo.

“As novas regras são bem-vindas, apesar de chegarem tarde. Não garantem, entretanto, todos os direitos de proteção que têm os adolescentes”, diz Kelli Angelini, advogada especializada em educação digital.

O Instagram anunciou que perfis de menores de 18 anos serão incluídos de forma automática em maiores restrições de conteúdo e mais regras de supervisão parental. A Meta exigirá comprovação de idade e maiores de 16 poderão flexibilizar configurações, mas somente com autorização dos responsáveis. A idade mínima para criar uma conta no Instagram é 13 anos.

Pais poderão ver contatos dos últimos sete dias, definir limites diários de uso e bloquear o acesso em horários específicos, além de monitorar quais tópicos os filhos acompanham na rede.

A empresa não deixou claro como seria a regulação da restrição para jovens cujos pais não têm contas em redes sociais ou entendimento o suficiente para geri-las. Também não explicou como coletaria e validaria dados de parentesco.

“É um avanço significativo. Considerar feedback dos que desejam ter mais controle sobre os filhos é importante, mas essa responsabilidade não pode ser só dos pais”, diz Juliana Cunha, diretora da Safernet.

Dados da TIC Kids Online Brasil 2023 mostram que 88% da população brasileira de 9 a 17 anos diz manter perfis em plataformas digitais. Entre 15 e 17 anos, o valor sobe para 99%. Somente 28% dos que têm de 9 a 17 anos têm pais, mães ou responsáveis que afirmam utilizar “filtros” ou configurações que restrinjam o contato com propaganda na rede.

“Temos um problema de letramento entre os pais no Brasil. Esses que vão adotar a ferramenta de supervisão representam parcela que nem sequer sabermos o tamanho, porque a empresa não divulga esses dados” afirma Cunha.

A Conta do Adolescente será privada por padrão, e as mensagens estarão restritas apenas a seguidores e conexões existentes.

A Meta afirmou que implementará configurações mais restritivas para conteúdo sensível a adolescentes, como vídeos que mostrem pessoas brigando ou que promovam procedimentos estéticos nas abas Explorar ou Reels.

“A empresa fala em menor exposição a conteúdos sensíveis, mas o que precisamos garantir é nenhuma exposição, como exige o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”, afirma Angelini.

O comunicado da Meta também diz que adolescentes terão acesso a um novo recurso, “feito especialmente para eles”, que permite selecionar os tópicos que mais desejam ver na aba Explorar e em suas recomendações.

Questionada, a empresa não explicou se o recurso para regular o algoritmo também estaria disponível para contas de adultos. O rival TikTok anunciou função semelhante a usuários dos EUA no início do mês.

Para Gabriel Rossi, sociólogo e professor de comunicação da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), a possibilidade de regulação do algoritmo é positiva de modo geral para usuários, mas esbarra em especificidades da fase de desenvolvimento pela qual passam os adolescentes.

“De um lado, as coisas ficam mais fáceis e confortáveis. Por outro, a pessoa acaba recebendo só conteúdos que gosta e não se abre ao novo e ao contraditório. Vai se alimentando um viés de confirmação no jovem em formação”, afirma.

“A forma que o jovem consome mídia define os valores dele por toda vida. Isso constrói a cultura de uma geração”, diz.

Selecionar conteúdos preferidos é só uma das coisas que podem ser feitas para melhorar a relação entre usuários e algoritmo, de acordo com Cunha, da Safernet. A especialista defende mais transparência e ação por parte das big techs no bloqueio de conteúdo nocivo em toda a plataforma.

“O adolescente ainda não é um sujeito completamente aparelhado para fazer essas escolhas e o feed dele é só uma parte do algoritmo”, afirma.

@folha

O MPF (Ministério Público Federal) processou a Meta, na terça-feira (16), pelo compartilhamento de dados do WhatsApp com outras plataformas da empresa —incluindo o Facebook e o Instagram. As informações dos usuários podem ser usadas em anúncios, por exemplo. A ação civil pública (ACP) pede uma indenização de R$ 1,7 bilhão. Trata-se de um valor sem precedentes no tema de direitos digitais no país. A política de privacidade do WhatsApp também diz que a empresa pode enviar os dados para o centro de processamento da Meta nos Estados Unidos. Para quem não concorda com essa política de privacidade, é possível se opor ao tratamento e limitar o compartilhamento de dados somente ao necessário. 📲Leia mais na Folha: folha.com/tec 🎦 Pedro S. Teixeira #whatsapp #meta #facebook #instagram #privacidade #mpf #ministeriopublicofederal #processo #multa #indenizaçao #politicadeprivacidade #direitosdigitais #tecnologia #tec #folhadespaulo #fsp #fy #fyp #noticias #noticiastiktok #tiktknoticias #jornalismo

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