Lula diz que papel de tesoureiro é ‘sempre dizer não’ ao citar Haddad e investimentos na Educação

Lula e o ministro Camilo Santana (Educação) participaram da entrega de premiação na segunda-feira (10). - Gabriela Biló - 4.fev.2025/Folhapress
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na segunda-feira (10) que o papel do tesoureiro é “sempre dizer não”, enquanto o do outro lado, de tentar emplacar mais propostas, ao falar de investimentos na educação.
“Eu falava com o [Fernando] Haddad e falo com o Camilo [Santana]: Toda vez que a gente quer fazer uma coisa a mais, alguém diz: ‘não tem dinheiro’. O que é normal, isso tem em sindicato, time de futebol. o papel do tesoureiro é sempre dizer não, e do outro sempre tentar mais”.
As declarações foram feitas durante o evento de entrega do Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização.
No evento, Lula também voltou a elogiar a performance do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na época em que foi ministro da Educação e comparou com o atual chefe da pasta, Camilo Santana.
“Eu falei para ele [Camilo]: olha, o Haddad foi o melhor ministro da educação desse país. A tua tarefa agora é colocar o Haddad em segundo lugar e você passar a ser o primeiro. Por isso, você vai ter que fazer mais, trabalhar mais”, disse Lula.
O selo premiou estados e municípios pelos trabalhos voltados à alfabetização das crianças na idade certa.
A iniciativa é uma das movimentações do governo de aproximação e diálogo com as gestões municipais, após a derrota do PT em cidades-chave para o partido nas eleições municipais deste ano.
O evento da segunda-feira (10) faz parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, lançado em 2023 pelo MEC (Ministério da Educação). O objetivo do compromisso é garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental, conforme previsto no Plano Nacional de Educação.
Durante o evento, foram homenageados os municípios que alcançaram a medalha ouro e os estados condecorados com categoria ouro, prata e bronze. A cerimônia foi sediada no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília.
Lula também usou o momento de fala para criticar o fato de os gestores elogiarem a educação pública de suas respectivas regiões, mas matricularem os filhos em escolas particulares. “Esse país só vai dar certo no dia que a classe media voltar para a escola pública. E só vai voltar quando ela melhorar”, disse.
“A gente quer contribuição dos prefeitos. Nós não vamos fazer sozinhos. A gente quer que cada prefeito assuma a responsabilidade de fazer melhor do que pode fazer. A mesma educação quer ele dá pro o filho dele, e muitas vezes o filho dele não estuda na escola pública do seu município, estuda numa escola particular. Muitas vezes é assim. Você chega em uma cidade e pergunta, prefeito, como é que está a educação? ‘Ah, está maravilhosa.”
Para avaliar as ações dos estados e municípios, o MEC instituiu uma comissão responsável pela análise das iniciativas e pelo processo de classificação.
Para estados e o Distrito Federal, foram estabelecidos 21 parâmetros, enquanto para os municípios, 20. Todos organizados em cinco dimensões: ações de integração, institucionalização da política de alfabetização no território, implementação da política de alfabetização, ações de formação docente e distribuição de material didático.
Na cerimônia, o ministro da Educação parabenizou os governadores pela adesão e resultados com a política.
O evento também teve a participação dos ministros Juscelino Filho (Comunicação), Macaé Evaristo (Direitos Humanos), Anielle Franco (Igualdade Racial), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Marina Silva (Meio Ambiente), além de outros chefes das pastas.