Consumo de energia no Brasil bate recorde histórico em meio a onda de calor

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Contrastes na cidade de São Paulo são produzidos por diferenças na condição financeira das famílias, mas também pela própria infraestrutura da cidade, que prejudica quem vive em áreas menos arborizadas e planejadas. foto: GETTY IMAGES

A forte onda de calor pelo país levou o consumo diário de energia a recorde na quarta-feira (12), segundo dados preliminares divulgados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

O operador já havia registrado dois recordes consecutivos no pico da demanda de energia, mas a média diária ainda não havia batido os 93.144 MW (megawatts) médios de 22 de janeiro deste ano. Nesta quarta, chegou a 93.813 MW médios.

Foi um dia de elevada sensação térmica principalmente em estados do Sul e do Sudeste do País. Em São Paulo, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), a temperatura chegou a bater 33°C no Campo Limpo, na zona sul, e 32°C em Itaquera, na zona leste.

No Rio de Janeiro, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura chegou a 38,1°C em Jacarepaguá, na zona oeste, o maior patamar verificado pelo instituto em todo o Brasil durante a quarta.

Neste mesmo dia, o Brasil registrou recorde de demanda instantânea, com 13.785 MW às 14h42, quebrando o recorde de 103.355 MW verificado às 14h37 do dia anterior. O pico do consumo ocorre no início da tarde pelo elevado uso de aparelhos de ar-condicionado.

O ONS entende que o sistema elétrico nacional está preparado para enfrentar o crescimento do consumo. “A capacidade de geração é bem maior que o consumo atual e os reservatórios estão em bom nível”, concorda o ex-diretor geral o operador, Luiz Eduardo Barata.

Nos horários de maior consumo, o excesso de energia provocado pela expansão desordenada das energias renováveis nos últimos anos tem inclusive gerado problemas para a gestão do setor, já que é necessário desligar geradores para manter o equilíbrio do sistema.

Segundo o boletim da operação do ONS divulgado na quinta (13), as hidrelétricas contribuíram com 65,12% da geração de energia para atender o consumo recorde de quarta. A energia solar contribuiu com 11,06% e a energia eólica, com 9,7%.

Há uma semana, em reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), o operador disse que o período de chuvas tem ajudado a recuperar os níveis dos reservatórios, o que deixa o sistema em condições favoráveis de abastecimento este ano.

“Iniciamos 2025 com um cenário bastante positivo em relação ao avanço dos níveis de armazenamento dos reservatórios”, disse, em nota, o diretor-geral da entidade, Marcio Rea. “O SIN [Sistema Interligado Nacional] está preparado para atender a demanda nos próximos meses.”

O nível médio de armazenamento dos reservatórios fechou janeiro em 64%, três pontos percentuais acima do verificado em 2024.

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