Votação da Dosimetria teve recado de Bolsonaro e conversas com STF; saiba mais

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Hugo Motta

por coluna Igor Gadelha, do portal Metrópoles

A votação do PL da Dosimetria, que reduz as penas de Jair Bolsonaro e de outros condenados pelo 8 de Janeiro, foi precedida por um recado enviado pelo ex-presidente diretamente da prisão e por conversas da cúpula da Câmara dos Deputados com ministros do STF.

A coluna apurou que Bolsonaro mandou recado a parlamentares do PL pedindo que apoiassem a redução das penas. A mensagem foi repassada por meio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que visitou o marido na manhã da última terça-feira (9/12), na Polícia Federal.

“Michelle me falou que o Jair pediu isso (voto a favor da redução das penas) na visita”, relatou à coluna o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que foi o responsável por repassar a orientação de Bolsonaro aos demais integrantes da bancada.

Com aval do clã Bolsonaro, Sóstenes assumiu compromisso de votar a favor do projeto de redução das penas sem tentar aprovar destaque para retomar o texto original, que previa anistia ampla, geral e irrestrita a todos os condenados pelo 8 de Janeiro.

Conversas com STF

Já as conversas com ministros do STF foram conduzidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Embora o relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), só tenha apresentado seu parecer na terça-feira, o texto já estava pronto há semanas.

Coube ao próprio relator vocalizar, de maneira indireta, que o texto estava pacificado com o STF. “Como [ministros do STF] não me chamaram, estou tranquilo”, afirmou Paulinho a jornalistas. “Então, se alguém, por exemplo, recorrer ao Supremo com essa questão, acho que vai perder”, emendou.

Ao final, o projeto foi aprovado na Câmara por 291 votos a 148. A proposta seguiu para análise do Senado, onde o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já se comprometeu a colocá-la em votação ainda antes do início do recesso, que começa no fim da próxima semana.

Por que Motta não avisou governo antes que pautaria PL da Dosimetria

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se recusou a avisar o governo Lula previamente que votaria o “PL da Dosimetria”, projeto que reduz as penas de Jair Bolsonaro e de outros condenados pela trama golpista.

Conforme noticiou a coluna, integrantes do Palácio do Planalto disseram ter sido pegos de surpresa, no final da manhã da terça-feira (9/12), com as notícias de que Motta havia decido votar a proposta no mesmo dia.

Na noite da segunda-feira (8/12), o presidente da Câmara chegou a receber os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Fernando Haddad (Fazenda) na residência oficial, mas não tocou no assunto do projeto.

A interlocutores, Motta admitiu que não avisou o governo previamente de propósito. O objetivo foi evitar que a notícia vazasse antes da hora, permitindo que Planalto e esquerda trabalhassem para tentar inviabilizar a votação.

O PL da Dosimetria acabou aprovado na madrugada da quarta-feira (10/12) por 291 votos a 148. Agora, o texto vai ao Senado e ainda precisa da sanção de Lula. Como mostrou a coluna, petistas apostam que Lula vetará o texto.

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