Servidores: Bolsonaro recua e diz que reajuste de 5% não está definido

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Presidente Jair Bolsonaro. Foto: PR/Isac Nóbrega

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou atrás e disse, nesta quinta-feira (19/5), que o reajuste no valor de 5% a todos os servidores públicos do país ainda não está definido. Em março, as alas política e econômica do governo concordaram em conceder reajuste linear para todos os servidores federais ainda em 2022.

Porém, Bolsonaro reconhece que a União não dispõe de recursos para atender à demanda. “A gente se esforça para dar um reajuste, que eu sei que é pequeno para os servidores. Há uma sugestão, não está batido o martelo, vou deixar claro, de 5%. Isso equivale a mais cortes nos ministérios de R$ 7 bilhões”, afirmou o chefe do Executivo federal, durante sua transmissão ao vivo nas redes sociais.

Segundo o presidente, o governo deve ter uma reunião com os respectivos presidentes dos sindicados dos servidores para tratar sobre o assunto. “É 5% para todo mundo? Não atende à Polícia Rodoviária Federal, para evitar que [eles] entrem em greve”, disse.

Bolsonaro lamentou o que chamou de “defasagem” de várias categorias do funcionalismo público, como agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). “Agora, é triste falar isso aí. Tem gente que ganha no teto e quer mais reajuste. Se tivesse recurso, eu daria. Mas a proposta nossa, no momento, não temos como ir além. Estou no limite aqui”, observou.

“Se alguém me arranjar de onde eu tirar recurso, eu dou 10, dou 15, dou 20 [por cento], sem problema nenhum. Eu estou no limite aqui”, ressaltou.

Custo de de R$ 6 bilhões

A decisão do governo federal de conceder reajuste salarial de 5% para todos os servidores públicos federais a partir de julho teria sido tomada numa reunião entre ministros do governo na Casa Civil, pasta comandada pelo senador licenciado Ciro Nogueira. O custo estimado para a medida seria de cerca de R$ 6 bilhões somente em 2022.

O Orçamento da União para este ano, porém, só tem reservado para aumento salarial de servidores o valor de R$ 1,7 bilhão. Com isso, a administração pública teria que remanejar recursos de outras áreas para bancar o reajuste linear para todas as categorias do funcionalismo federal.

Entenda

Em janeiro, Bolsonaro sancionou, com vetos, o Orçamento de 2022. De acordo com a publicação, o chefe do Executivo federal concedeu reajustes salariais a servidores públicos. A iniciativa custará R$ 1,7 bilhão.

A peça orçamentária, contudo, não definiu em seu texto quais categorias seriam beneficiadas ou como os recursos deveriam ser aplicados.

A ideia inicial do governo era direcionar os recursos para agentes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A equipe econômica, na época, manifestou-se contra a medida, sob o argumento de que a concessão de reajuste poderia gerar pressões de outros setores do funcionalismo.

Com a expectativa de que apenas forças policiais recebessem o montante, outras categorias reagiram, o que levou o governo a temer greve geral em pleno ano eleitoral, quando o presidente Jair Bolsonaro tentará mais quatro anos à frente do Planalto.

Categorias como servidores do Banco Central, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) já mobilizaram movimentos para pressionar o governo.

 

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