Lula no JN: ‘A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada’; trecho
Redação 26 de agosto de 2022 0![](https://i0.wp.com/palavrapb.com/wp-content/uploads/2022/08/image22-14.jpg?fit=566%2C377&ssl=1)
Lula no Jornal Nacional. Foto: Reprodução/Tv Globo
Em entrevista ao Jornal Nacional, na quinta-feira (25), o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi perguntado sobre corrupção e sobre a anulação de processos contra ele pelo Supremo Tribunal Federal. Assista ao vídeo clicando aqui.
“Durante cinco anos eu fui massacrado e estou tendo hoje a primeira oportunidade de poder falar disso abertamente ao vivo com o povo brasileiro. Primeiro: a corrupção, ela só aparece quando você permite que ela seja investigada.”
O ex-presidente também falou sobre o Mensalão e a Lava Jato.
“Em 2005, quando surgiu a questão do Mensalão, eu cheguei e disse o seguinte: ‘só existe uma de alguém não ser investigado nesse país: é não cometer erro’. Se cometer erro, vai ser investigado. E foi isso que nós fizemos. Se alguém comete um erro, alguém comete um delito, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve e tá resolvido o problema. O que foi o equívoco da Lava Jato? É que a Lava Jato enveredou para um caminho político delicado. A Lava Jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. E o objetivo era o Lula. O objetivo era tentar condenar o Lula.”
“Não sei se você está lembrado, no primeiro depoimento que eu fui dar ao Moro, eu falei ‘Moro, você está condenado a me condenar porque você já permitiu que a mentira foi longe demais.”
“Qualquer, qualquer hipótese de alguém cometer qualquer crime, por menor ou por maior que seja, essa pessoa será investigada, essa pessoa será julgada e essa pessoa será punida ou absolvida. É assim que você combate a corrupção num país.”
Lula aparece em primeiro lugar nas intenções de voto no primeiro turno com 47%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada em 18 de agosto. O levantamento aponta que na sequência vem presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 7%.
O petista também falou sobre a escolha do procurador-geral da República.
“Eu poderia ter escolhido um Procurador engavetador. Sabe aquele amigo que você escolhe e que nenhum processo vai pra frente? Eu poderia ter feito isso e não fiz. Eu escolhi da lista tríplice. Eu poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado que eu pudesse controlá-lo. Não fiz. E permiti que as coisas efetivamente acontecessem do jeito que precisava acontecer.”
Outras entrevistas
A série de entrevistas com os candidatos do JN começou na última segunda-feira (22), com Bolsonaro, que repetiu mentira sobre urnas eletrônicas, disse que aceitará o resultado das eleições “desde que sejam limpas e transparentes” e defendeu aliança com o Centrão.
Já Ciro, entrevistado da terça-feira (23), prometeu reavaliar o tom das críticas a adversários para reconciliar o país e propôs plebiscitos diante de impasses.
A última entrevista será com Simone Tebet (MDB), nesta sexta-feira (26).
Receberam convite para a sabatina os cinco candidatos mais bem colocados na pesquisa divulgada pelo Datafolha em 28 de julho: Lula, Bolsonaro, Ciro, Tebet e André Janones (Avante), que depois retirou a candidatura.
Um sorteio realizado em 1º de agosto com representantes dos partidos definiu as datas e a ordem das entrevistas.
Veja abaixo o trecho da entrevista