Oito paquistaneses e um soldado afegão são mortos em confronto na fronteira

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Imagem da cidade de Chaman, no Paquistão perto da fronteira com o Afeganistão, em 11 de dezembro de 2022 — Foto: Abdul Khaliq Achakzai/Reuters

Por Reuters

Bombardeios e tiros na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão mataram oito civis paquistaneses e um soldado afegão no domingo, disseram autoridades de ambos os lados da fronteira, com cada lado acusando o outro de iniciar o conflito.

O Exército paquistanês disse que as forças de fronteira afegãs abriram “fogo não provocado e indiscriminado” de armas pesadas contra a população civil na fronteira de Chaman, que liga a província paquistanesa do Baluchistão com a província de Kandahar, no Afeganistão.

Seis civis foram mortos e 17 feridos no lado paquistanês por fogo afegão, levando as tropas paquistanesas a retaliar, disseram os militares do Paquistão em um comunicado.

O número de mortos subiu para oito nesta segunda-feira, quando dois feridos, incluindo um menino de 10 anos, morreram em um hospital na cidade de Quetta, no sudoeste do Paquistão, para onde foram levados para tratamento, disse autoridade do hospital Wasim Baig.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, disse que os assassinatos “merecem a condenação mais forte”.

“O governo interino afegão deve garantir que tais incidentes não se repitam”, disse ele em um comunicado.

Haji Zahid, porta-voz do governador de Kandahar, disse que os combates começaram depois que o Paquistão se opôs à construção de um novo posto de controle pelas forças afegãs.

“Eles não queriam que construíssemos esses postos do nosso lado da fronteira”, disse ele à Reuters, acrescentando que isso levou a um tiroteio de duas horas.

O porta-voz da polícia de Kandahar, Hafiz Saber, disse que um soldado afegão foi morto e 10 pessoas, incluindo três civis, ficaram feridas.

O Afeganistão e o Paquistão têm há décadas disputas territoriais em suas fronteiras, e a passagem de Chaman foi fechada por vários dias após confrontos semelhantes no mês passado. Chaman é o segundo maior ponto de fronteira comercial entre os dois países e uma fonte vital de receita alfandegária para o governo do Afeganistão.

“Tais incidentes infelizes não estão de acordo com os laços fraternos entre os dois países”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, acrescentando que as autoridades afegãs foram informadas de que uma recorrência deve ser evitada.

(Reportagem de Asif Shahzad em Islamabad. Reportagem adicional da redação de Cabul e Jibran Ahmad em Peshawar)

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