Mãe de Marielle Franco é contra a federalização da investigação

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Mãe de Marielle Franco (ao centro). Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Por Monique Mello

A advogada Marinete da Silva, 71 anos, mãe da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, disse na sexta-feira (10), em entrevista à Agência Brasil, ser contrária à intenção do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de instaurar um novo inquérito na Polícia Federal para colaborar com as investigações sobre o duplo assassinato, federalizando o caso.

– Não interessa para família, para mim. O crime foi no Rio de Janeiro. Acho que a Polícia Federal tem que estar junto, como sempre esteve. Muito mais agora com o [ministro Flávio] Dino. Mas a solução tem que partir do Rio de Janeiro. Foi lá que o crime aconteceu. O governo tem que dar uma resposta para mim, para a família, para a sociedade, para os eleitores da Marielle. Fui contra a federalização e fiz a campanha – disse.

A mobilização Federalização Não teve apoio de mais de 150 mil pessoas e 200 organizações da sociedade civil.

As investigações da Polícia Civil e do Ministério Público do estado apontaram o sargento reformado da Polícia Militar do Rio de Janeiro Ronnie Lessa como um dos autores dos tiros, com a colaboração do ex-policial militar Élcio Queiroz.

Desde 2019, os dois estão presos preventivamente e respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle, sobrevivente do crime e que também estava no veículo alvejado.

A família de Marinete aguarda o júri popular, ainda sem data definida, a que deve ser submetido Ronnie Lessa.

– Esses homens estão há quase 4 anos presos. Esse júri precisa ser feito. Eles precisam ser condenados. Eles não podem matar filho de ninguém. Tem que haver uma punição para isso – disse a mãe da vereadora.

Os crimes completarão cinco anos na próxima terça-feira (14) e ainda não foram apontados os mandantes, nem as motivações das duas execuções.

– É um processo grande, que traz muitos requisitos e precisam ser revistos. A gente está na terceira equipe dentro do Ministério Público [do Rio de Janeiro], no quinto delegado da Polícia Civil [do Rio de Janeiro]. Cinco anos é muito tempo. Meia década! – declarou.

*Agência Brasil

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