A Fazenda 14 é um claro reflexo do Brasil: dividido e cheio de ódio

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Briga entre Deolane e Babi em A Fazenda 14 (Reprodução: PlayPlus)

Por Leo Dias

Não é de hoje que alguns realities deixaram de ser um experimento humano televisionado para dar lugar a um produto que muitas vezes foge ao propósito do entretenimento. É certo que para tudo existe público, mas A Fazenda 14 veio para escancarar o quanto alguns formatos precisam de uma reavaliação.

A bagunça promovida dentro e fora do reality, onde além dos participantes, seus familiares e a torcida desses peões também vivem uma guerra sem fim, é o mais puro suco de Brasil: completamente dividido e cheio de ódio. É onde valores e respeito valem bem pouco ou quase nada.

Na terça-feira (9/11), repercutiu uma grande briga entre Vini Buttel e Hadson Nery nos bastidores da Record TV, com troca de socos e muito sangue. O que explica tamanho descontrole? Justamente aquilo que a emissora vende como entretenimento na programação, que na realidade é busca por minguados pontos de audiência e um lugarzinho de destaque entre os assuntos mais comentados das redes sociais.

Neste vale tudo da TV, não há sequer uma mediação de conflitos, uma vez que a apresentadora da atração, Adriane Galisteu, perdeu as rédeas lá no início e segue levando baile dos participantes e sendo desrespeitada.

Assim como o Brasil entrou e saiu dividido das eleições, A Fazenda também foi potencializada pela ignorância. São dois grupos de polos completamente opostos, onde um exclui, condena, repudia, não aceita e não ouve a fala do outro. O fogo no feno se tornou um incêndio de grandes proporções.

Os discursos de ódio da esquerda e da direita são os mesmos do grupo A e grupo B do reality rural. Longe de Itapacerica da Serra, os familiares se bombardeiam com recortes de cenas e propagam as mais absurdas fake news dos adversários com um único objetivo: destruir a vida e a carreira do outro. Vence quem tira mais sangue, vence o exército digital mais cruel.

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