A história da brasileira que abriu sua fazenda na Romênia para receber refugiados da guerra entre Rússia e Ucrânia

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Embaixada do Brasil na Romênia. Foto: Wikimedia Commons

Maria Thereza é uma brasileira que mora na cidade de Siret, na Romênia. Em sua fazenda na pacata cidadezinha – que agora não é mais tão pacata assim -, ela instalou um consulado para apoiar brasileiros que estão fugindo da invasão russa na Ucrânia.

Consulado improvisado

A propriedade rural da pernambucana natural de Petrolina já recebeu dezenas de brasileiros e outros refugiados naturais de países da América do Sul, como o Peru. Ela mora há seis anos na Romênia, onde cria animais com seu marido Hubertus, fazendeiro alemão.

Siret, cidade onde fica a fazenda, é fronteiriça com a Ucrânia e um dos principais pontos de saída do país para a Romênia. Estimativas falam em mais de 50 mil refugiados passando para a Romênia. Dos mais de 2 milhões que saíram do território ucraniano fugindo da invasão russa, cerca de 300 mil foram para a Polônia.

A fazendeira está no Brasil, mas desde a invasão russa no dia 24, entrou em contato com a Embaixada Brasileira na Romênia para ceder sua propriedade para potenciais refugiados. Uma funcionária da fazenda abriu as portas para os embaixadores brasileiros, que instalaram na casa da pernambucana uma espécie de consulado que auxilia os refugiados da Ucrânia.

‘O anjo de Siret’

Em entrevista ao Universa, do UOL, ela relatou como foi o contato. “Entrei em contato com a embaixadora do Brasil na Romênia, Maria Laura Rocha. Em 24 horas, ela mandou o time consular para o ponto avançado. E a equipe já está instalada e recebendo o pessoal. A embaixadora foi muito rápida. A guerra começou dia 24, no dia 26 mandei e-mail para ela, que me respondeu em menos de 12 horas. E no dia 28 o ponto consular já estava ativo”, explicou.

“Por poucos metros, a gente estaria do outro lado da fronteira. Fico o tempo todo pensando que poderia ser eu, meu marido, meus filhos. Me sinto grata por estar na posição de poder ajudar. E também sinto um sentimento de obrigação porque as pessoas estão passando pela minha porta”, disse.

Segundo levantamento da embaixada, 71 refugiados passaram pela embaixada, sendo que 59 eram brasileiros, 5 acompanhantes de naturais do país e outros sete vinham de outras nações localizadas na América do Sul.

O colunista Marcelo Tognozzi chamou Maria Thereza de ‘O Anjo de Siret’, em referência à brasileira Aracy de Carvalho, que dava vistos a judeus que tentavam escapar da Alemanha Nazista por conta do Holocausto.

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