Abin não informou sobre riscos de 8/1 com antecedência, diz ex-ministro à PF

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Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foto: Reprodução

Por Caio Junqueira

Em depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (21), o general Gonçalves Dias –ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI)– apontou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não o informou com antecedência sobre qualquer risco de que as manifestações de 8 de janeiro seriam violentas.

O depoimento do general foi marcado por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após a divulgação de imagens que mostram GDias, como é conhecido, no Palácio do Planalto, durante os atos criminosos de 8 de janeiro. Com a repercussão do caso, ele pediu demissão do cargo na quarta-feira (19).

Indagado se recebeu informações de inteligência da Abin a respeito do aumento de fluxo de ônibus e chegada de pessoas após 6 de janeiro a Brasília, Dias afirmou “que não recebeu qualquer relatório de inteligência que envolvessem os atentados do dia 8 de janeiro”, disse em depoimento.

O ex-chefe da Abin disse ainda que o GSI “encaminhou mensagens compiladas em grupos de aplicativos à Comissão de Controle de Atividade de Inteligência (CCAI), órgão do Congresso Nacional.

O general afirmou ainda à PF que “apenas teve conhecimento dessas mensagens ao solicitar à Abin o encaminhamento para a CCAI; que nessas mensagens do dia 2 ao dia 7 não havia informações relevantes”.

Imagens

As imagens reveladas pela CNN, sem cortes, mostram o então ministro do GSI caminhando pelos corredores do Palácio do Planalto em meio a alguns invasores. Surgem nas imagens outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do Planalto.

Dias explicou que, ao chegar ao palácio, se dirigiu ao quarto andar e verificou haver invasores que estavam sendo retirados por agentes do GSI. E, que ao descer para o terceiro andar, realizou uma varredura e encontrou pessoas na sala contígua, levando-as para a saída, após as portas de vidro.

Ao ser questionado por qual motivo não realizou as prisões das pessoas que encontrou, o general Gonçalves Dias disse que estava fazendo um gerenciamento de crise e que elas seriam presas pelos agentes de segurança que estavam no segundo andar quando descessem, porque esse era o protocolo.

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