Ação da África do Sul contra Israel por genocídio em Gaza tem apoio de países Islâmicos, da Liga Árabe e da América Latina
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Palestinos inspecionam casas destruídas em ataques israelenses em Khan Younis, na Faixa de Gaza
Seis países da América Latina, um grupo de 57 membros da Organização de Cooperação Islâmica e a Liga Árabe, composta por 22 Estados, anunciaram apoio à decisão da África do Sul de apresentar uma ação judicial contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). A acusação é de que o Estado Israelense teria cometido genocídio na guerra em Gaza.
Por outro lado, a Alemanha “rejeitou expressamente” as alegações feitas pela África do Sul em um comunicado divulgado no segundo dia de audiências da Corte. Já o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse que o Canadá não aceita a premissa apresentada contra Israel. Os Estados Unidos, maiores aliados de Israel na guerra contra o Hamas, afirmaram que “o caso da África do Sul não tem mérito algum”.
A União Europeia não se posicionou sobre as alegações, mas expressou apoio à instituição do Tribunal Internacional de Justiça: “Em relação a este caso específico, os países têm o direito de apresentar casos ou ações judiciais. A União Europeia não faz parte deste processo. Isso não cabe a nós comentar”, disse Peter Stano, porta-voz para as relações exteriores da Comissão Europeia.
Na terça-feira (9), o presidente de Israel, Isaac Herzog, disse ao Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que o caso da África do Sul na CIJ é “flagrante e absurdo”.
Israel classificou o caso como uma “difamação de sangue” por parte da África do Sul e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o Hamas cometeu genocídio, acrescentando que o exército de Israel está agindo “da maneira mais moral” e “faz todo o possível para evitar atingir civis”. “E eu pergunto: onde estavam vocês, África do Sul, e todos os outros que nos caluniam? Onde estavam vocês quando milhões de pessoas foram mortas e deslocadas de suas casas na Síria, no Iêmen e em outros países? Não estavam lá”, questionou o primeiro-ministro.
Na América Latina, a ação sul-africana tem o apoio da Colômbia, Brasil, Venezuela, Bolívia, Chile, Nicarágua e Cuba. Os chanceleres da Colômbia e do Brasil se manifestaram em declarações emitidas individualmente na última quarta-feira, 10. A mensagem do Brasil foi divulgada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receber o embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben.