“Acho que ele tem que pagar”, diz Lula sobre extradição de Thiago Brennand

Por Lucas Rocha e Douglas Porto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado, em entrevista à imprensa em Abu Dhabi, sobre a extradição de Thiago Brennand, empresário brasileiro acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais.

Lula confirmou saber sobre a extradição de Brennand e afirmou que o assunto não foi abordado oficialmente com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos.

“Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça e da polícia. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este, todos merecem ser punidos. Porque não é humanamente aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar”, afirmou Lula.

Relembre o caso

Em 2022, veio à tona um vídeo do empresário agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia, em um shopping center, em São Paulo. Depois de formalizada a denúncia, pelo menos dez mulheres procuraram o Ministério Público paulista informando sobre outras agressões. Os crimes apurados são estupro, cárcere privado e ameaça.

O empresário se recusou a entregar o passaporte e, em setembro de 2022, teve a prisão decretada. Pouco depois, em outubro, foi preso pela Polícia Federal em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A acusação era lesão corporal, tentativa de feminicídio e corrupção de menores. Brennand pagou fiança e foi liberado no dia seguinte.

Em março deste ano, uma nova prisão preventiva foi decretada pela justiça paulista. Neste mês, a defesa do empresário pediu a revogação dos mandados de prisão, permitindo assim que ele possa voltar ao país.

Brennand, que é acusado de diversos crimes contra mulheres, está nos Emirados Árabes e é considerado foragido.

Segundo o advogado de defesa das vítimas, Márcio Janjácomo, Brennand estava com diversos pedidos de prisão, mas saiu do país e atualmente está em processo de extradição. Por isso, ele não poderia deixar os emirados sem revogação da prisão.

(Com informações de Isabelle Saleme, Giovanna Bronze e Bruno Laforé)