Advogada quer indenização de R$ 571 mil da União por kit Covid

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Foto: Reprodução/Live do Facebook do Bolsonaro

A advogada Manuela Menezes, de 34 anos, entrou com uma ação na Justiça Federal da Bahia contra a União, em especial o presidente Jair Bolsonaro. Ela o acusa de ter divulgado o “tratamento precoce” contra a Covid-19, o que teria a “prejudicado” diretamente. O valor pedido de indenização é R$ 571 mil.

A baiana foi diagnosticada com Covid-19 duas vezes em 2021. Quando precisou ser internada, foi tratada com azitromicina e ivermectina no hospital. De acordo com ela, o médico que prescreveu citou o presidente da República para convencê-la a tomar os remédios.

Hoje, a advogada tem sequelas devido à enfermidade, como queda de cabelo e perda de memória, atribuindo-as ao tratamento precoce.

– Tenho problemas psicológicos e físicos. Estou tomando medicamentos devido às sequelas que tive da Covid e um dos efeitos colaterais é estar proibida de dirigir. São remédios para pessoas que têm acima de 70 anos, para memória – contou a advogada ao Metrópoles.

Manuela conta que sua vida não foi mais a mesma, e, para ela, a responsabilidade deve pesar sobre o presidente Bolsonaro.

– Estou passando situações vexatórias no meu trabalho. Tenho dores de cabeça diariamente. Não consigo nem mais pentear meu cabelo com rabo de cavalo, pois meu cabelo cai muito deste então, tenho vários buracos. Cheguei ao ponto de pensar se foi bom ter sobrevivido à Covid; se isso é uma benção ou uma maldição. O que espero de um governante é que ele seja responsabilizado. Queria que as autoridades tivessem mais atenção aos sobreviventes do vírus – complementou.

– O kit de medicamentos imposto à autora, que, desconhecedora de expertise médica, foi submetida a tratamento precoce à revelia das nefastas consequências, não surtiu efeito de prevenção ou cura à Covid-19. Prova disso é que a autora foi infectada novamente pela moléstia – escreveu o defensor Lucas Correia de Lima na ação.

A ação será julgada na 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia (SJBA). A advogada afirma que, caso ganhe, ela irá direcionar o dinheiro a fundos de Saúde, do município de Feira de Santana e do estado da Bahia.

Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que não houve intimação no mencionado processo.

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