Aliado de Lira tem patrimônio bilionário, mas é policial civil; confira

Murilo Sergio Jucá Nogueira Júnior, policial civil aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem um bilhão de reais em contratos espalhados pelo Brasil, envolvendo governos estaduais, prefeituras e a União. Além disso, a lista de bens que aparece em seu nome inclui uma fazenda de 1 milhão de metros quadrados, equivalentes a 100 hectares, uma mansão em praia paradisíaca e sete empresas com capital total de R$ 23 milhões.

Mesmo com o patrimônio de um bilionário, de acordo com a Agência Sportlight, ele trabalha 12 dias por mês em uma delegacia, com plantão de 24 horas que começa às sete horas da manhã. Nessa função, o salário bruto, com adicional noturno, chega a R$ 10.531,82. Em maio, os rendimentos líquidos foram de R$ 7.629,72.

No último dia 1º, a Polícia Federal deflagrou a Operação Hefesto para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão e encontrou R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo dentro de cofre em um endereço ligado a Murilo Sérgio Jucá. A operação tinha o objetivo de aprofundar a investigação sobre desvios de recursos para a compra de kits de robótica com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

Segundo a PF, o policial civil recebeu R$ 550 mil de Edmundo Catunda, sócio da Megalic e aliado de Lira. As autoridades também apontam que um dos carros usados para transportar dinheiro em espécie do esquema era de Jucá. Esse mesmo veículo, uma Toyota Hilux preta, foi utilizada pelo deputado na campanha eleitoral de 2022, como está na prestação de contas do parlamentar. Uma doação para o atual presidente da Câmara.

Mesmo tendo acumulado cerca de R$ 1 bilhão em contratos com diferentes governos por meio de suas empresas e diversos bens, Murilo Sérgio Jucá não abandonou sua carreira na delegacia e concentra em Alagoas a maior parte de seus negócios, que cresceram nos últimos quatro anos.

Com o governo do estado nordestino, por meio de fontes públicas, é possível encontrar R$ 372.659.539,15 milhões (trezentos e setenta e dois milhões, seiscentos e cinquenta e nove mil, quinhentos e trinta e nove reais e quinze centavos). Desse total, uma parte vem da Bra Serviços Administrativos e a maior parcela da Reluzir Serviços Terceirizados. A imensa maioria dessa verba sai da secretaria de saúde, via “fundo estadual de saúde”, em serviços de limpeza e conservação.

No total, somando governo federal, de Alagoas, do DF, Santa Catarina e prefeitura de Maceió, são R$ 916.132.427,24 milhões. Os contratos ultrapassam R$ 1 bilhão, porque ainda existem outros cujo total não consta em portais de transparência.

O nome do policial civil ainda aparece em um registro de 1º de setembro de 2021, como comprador de uma fazenda de um milhão de metros quadrados. A propriedade foi vendida pela multinacional Monsanto, que realizava o melhoramento genético de cana de açúcar. O local tem exatos 945.745 metros quadrados de área de terreno, sendo 3.932m² de área construída, e conta com recepção, vestiários, laboratório, estufa e, até mesmo, casa para almoxarifado.

Já em fevereiro do ano passado, Murilo Sérgio Jucá comprou uma mansão na praia de Barra de São Miguel, balneário turístico a 28 quilômetros de Maceió. Em outubro, a PF realizou busca e apreensão no endereço e determinou o sequestro do bem. Autoridades concluíram que o empresário pagou um valor muito abaixo do mercado, junto a envolvidos com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).