Amazônia tem desmatamento ‘alarmante’ na gestão Bolsonaro

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Foto: Reprodução

(ANSA) – Um relatório divulgado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) apontou a explosão do desmatamento em terras públicas federais na Amazônia desde o início do governo Jair Bolsonaro.

    De acordo com pesquisadores, a destruição atingiu um patamar “alarmante”, tendo em vista que, no período de agosto de 2018 a julho de 2021, o desmatamento no bioma aumentou 56,6% em relação ao mesmo período em anos anteriores.

    O estudo indica que o Pará segue como o estado que possui as áreas mais críticas de desmatamento desde o ano de 2017.

    Para o Ipam, o avanço do desmatamento na Amazônia ficou mais evidente a partir da eleição de Bolsonaro, em 2018, por meio do enfraquecimento de órgãos de fiscalização, falta de punição a crimes ambientais e redução significativa de ações imediatas de combate e controle de atividades ilegais na região.

    “Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia e não podemos nos acostumar com isso. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento”, diz Ane Alencar, diretora de Ciência no IPAM e principal autora do estudo. “Sabemos como fazer isso, já derrubamos o desmatamento antes”.

Segundo o documento, mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente em áreas de domínio federal (83%). Em termos absolutos, Florestas Públicas Não Destinadas foram as mais atingidas: tiveram alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743 km² derrubados anualmente para mais de 3.228 km². No último ano, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma.

    Além disso, proporcionalmente à área dos territórios, terras indígenas tiveram alta de 153% em média no desmatamento comparado nos últimos três anos (1.255 km²) para o anterior (496 km²). Já o desmatamento em unidades de conservação (UCs) teve aumento proporcional de 63,7%, com 3.595 km² derrubados contra 2.195 km² nos três anos anteriores.

    Para os especialistas, a tendência é que o desmatamento aumente ainda mais caso sejam aprovados projetos de lei que estão tramitando no Congresso e que defendem a regularização de áreas desmatadas e atividade de exploração mineral em Terras Indígenas.

    Por fim, o Ipam “indica caminhos para mitigar o problema a partir de responsabilidades de atuação dos governos federal, estaduais e municipais, bem como da iniciativa privada na tomada de decisão sobre o uso do solo tanto em terras públicas como em áreas de propriedade particular”. (ANSA)

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