Americanas: MPF aponta nova modalidade de fraude com ‘cartão de crédito’; entenda
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© Divulgação/Americanas SA
A investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) sobre a fraude bilionária da Americanas aponta que a empresa costumava obter junto ao Banco do Brasil uma modalidade de empréstimo chamada “cartão de crédito” para garantir capital de giro e fraudar a contabilidade. É mais uma entre as formas maquiar números de despesas com fornecedores, operadas pelos ex-diretores executivos da companhia.
A Justiça Federal do Rio determinou a prisão preventiva de Miguel Gutierrez e Anna Christina Saicali. Ele chegou a ser preso na Espanha, na última sexta-feira, mas já foi solto. Já ela pediu a reconsideração da decisão e afirmou que voltará de Portugal para o Brasil no próximo domingo.
No parecer enviado à Justiça pelo MPF, o ex-diretor da empresa, Marcelo da Silva Nunes, afirmou que o Banco do Brasil fazia o pagamento de fornecedores para a empresa, que ficava com uma dívida com o banco, sem precisar pagar nada imediatamente. Dessa forma, na contabilidade da companhia, as despesas com os fornecedores daquele mês não eram contabilizadas, elevando a margem de lucro e o capital de giro.
Apenas no mês seguinte, quando a Americanas pagava a dívida com o banco, a contabilidade da companhia registrava o pagamento ao fornecedor, elevando as despesas do caixa. Essa “tolerância” para pagamento, mediante cobrança de juros, se assemelha às operações com cartões de crédito para pessoas físicas e jurídicas.
“A Autoridade Policial descreve que outro artifício supostamente fraudulento utilizado seria uma operação denominada “Cartão de Crédito”, disponibilizada pelo Banco do Brasil, com a finalidade de obter e/ou manter capital de giro, sem que tais operações fossem discriminadas nas demonstrações financeiras e nas cartas de circularização”, explicam os procuradores, no documento.