Asteroide que causou a extinção dos dinossauros caiu na Terra na primavera, diz estudo

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Foto: Vitor Paiva

O asteroide que atingiu a Terra há 66 milhões de anos e deu início ao processo de extinção dos dinossauros e de 75% da vida que havia em nosso planeta caiu por aqui em plena primavera: é essa a conclusão de um novo estudo, capaz de determinar com precisão a época do ano e, assim revolucionar a precisão com que rastreamos as primeiras páginas da vida no nosso planeta. O trabalho foi conduzido por cientistas da Universidade de Manchester, e publicado na revista Scientific Reports. Conhecido como Chicxulub, o asteroide que encerrou a presença de mais de 165 milhões de anos dos dinossauros na Terra e alterou a própria evolução da vida no planeta caiu provavelmente na região da Península de Yucatán, na América Central, formando a Cratera de Chicxulub.

A conclusão do estudo, apontando a estação do ano que a parte norte do planeta atravessava quando da queda do corpo celeste, vai muito além de uma mera curiosidade. “A época do ano desempenha um papel importante em muitas funções biológicas, como reprodução, estratégias de alimentação, interações parasita-hospedeiro, dormência sazonal e padrões de reprodução”, afirmou Robert DePalma, autor sênior, professor adjunto do Departamento de Geociências do Colégio de Ciências Charles E. Schmidt da Universidade Atlântica da Flórida (EUA) e líder do estudo. Para DePalma, o fato do asteroide ter caído na primavera agravou, portanto, o impacto do cataclismo.

Robert DePalma (esq.) e Anton Oleinik (dir.) em Tanis, na Dakota do Norte
Robert DePalma (esq.) e Anton Oleinik (dir.) em Tanis, na Dakota do Norte

“Não é nenhuma surpresa que a época do ano para um perigo em escala global pode desempenhar um grande papel em quão duramente ele afeta a vida. O momento sazonal do impacto de Chicxulub foi, portanto, uma questão crítica para a história da extinção do Cretáceo. Até agora, a resposta a essa pergunta permanecia obscura”, afirmou. O novo estudo teve início em 2014, e examinou principalmente fósseis de peixes na região de pesquisa de Tanis, localizada no estado da Dakota do Norte, nos EUA. Os fósseis ainda preservavam linhas de crescimento capazes de determinar se os animais tiveram grande redução de alimentos em determinada fase de sua vida: as últimas linhas de crescimento registradas nos fósseis apontaram a primavera como fim da vida – e, assim, momento da queda do asteroide.

Península de Yucatán, na América Central
Península de Yucatán, na América Central

A importância da conclusão não se restringe a responder sobre o passado, mas também pode ampliar a forma como olhamos para o futuro. “O registro fóssil é a chave para a compreensão da resposta biótica aos perigos em escala global, sem os quais estaríamos mal equipados para responder ou reagir adequadamente aos eventos modernos”, afirmou DePalma. “Esta utilidade moderna do registro fóssil é destacada pelo fato de que atualmente parecemos estar empoleirados no limiar de outro episódio de estresse biótico global”, concluiu. Segundo consta, o impacto do asteroide foi tão grande que liberou força equivalente a 10 bilhões de bombas atômicas de Hiroshima.

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