Ato falho do presidente da República dá a medida de sua fraqueza

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Bolsonaro e Ciro Nogueira. Foto: Marcos Corrêa/PR

Por Ricardo Noblat

Nenhum gesto, pensamento ou palavra equivocada acontece por acidente. Não se trata de um erro comum. Ato falho é o desejo do inconsciente finalmente realizado.

Em Alagoas, ontem, Bolsonaro cometeu um ato falho ao chamar de “meu presidente” o ministro Ciro Nogueira (PP-PI), chefe da Casa Civil do governo e um dos líderes do Centrão. Disse:

“Como na semana passada estive com o senador Ciro, meu presidente…ou melhor, meu chefe da Casa Civil, assinando uma ordem de serviço para que pontos mais distantes do Piauí também fizessem parte da transposição do São Francisco…”

A Casa Civil tem um papel central no governo por coordenar todas as outras pastas. No ano passado, ao nomear Nogueira para o posto, Bolsonaro chegou a dizer que estava entregando a ele a “alma do governo”:

“O Ciro está feliz. Ele falou para mim que o sonho da vida dele era ocupar um ministério como esse. E dizer ao senhor presidente Lula que não é o ministério das Minas e Energia, onde o orçamento é milionário. Não é o Transporte, não é o Desenvolvimento Regional. É a chefia da Casa Civil; é a alma de um governo.”

Ciro desfila como o “amortecedor de crises” do governo”. Modéstia dele. Sua promoção a chefe da Casa Civil marcou a rendição de Bolsonaro ao fisiologismo, ao tome cargos, dinheiro a rodo e prestígio em troca de apoio para não ser impichado e continuar a governar.

O presidente do Brasil, de fato e de direito, é Bolsonaro. É ele quem manda. Mas nada impede que Ciro mande nele quando quer.

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