Avião que caiu em SP foi comprado há 6 semanas; vídeo mostra avião antes de decolagem

Policiais isolam área em que avião de pequeno porte caiu na avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, na zona oeste de SP - Rafaela Araújo/Folhapress
O avião de pequeno porte que caiu na manhã de sexta-feira (7) em São Paulo tinha como destino Porto Alegre (RS). Ele havia levantado voo às 7h17 do aeroporto do Campo de Marte e percorreu um trajeto de cerca de 4 km até cair na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste.
A aeronave era um King Air F90, fabricado em 1981, com capacidade para até oito pessoas, e havia sido comprada em dezembro pela Máxima Inteligência Operações Estruturadas LTDA.
Segundo o Corpo de bombeiros, foram encontrados dois corpos carbonizados na aeronave. Ao menos seis pessoas —um motociclista e 5 pessoas em um ponto de ônibus— ficaram feridas.
De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro, o avião que caiu em São Paulo foi fabricado pela Beech Aircraft e era um turboélice de dois motores para sete passageiros, além do piloto.
Ele estava registrado apenas para operação de serviços privados, com veto para realização de táxi aéreo. De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), isso significa que a aeronave não tem permissão específica para realizar operações de táxi aéreo (locação a terceiros), não que não poderia voar.
Fabricado até 2021, o King Air F90 é famoso por seu espaço interno refinado. Ele oferece conforto semelhante ao de jatos. O modelo pode atingir uma velocidade máxima de 500 km/h e alcançar até 9.450 metros de altitude. Sua autonomia de voo fica em torno dos 2.400 km, possibilitando viagens diretas entre cidades como São Paulo e João Pessoa, por exemplo.
Um avião do tipo, fabricado também em 1981, custa cerca de US$ 2 milhões (hoje, R$ 11,5 milhões) —a depender do estado de conservação e horas de voo, segundo sites especializados em vendas de aeronaves.
No momento do acidente desta sexta, a situação de aeronavegabilidade era normal e o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade estava ativo e era válido até o fim de 2025.
A FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou que investigadores do Seripa IV (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para realizar a investigação do acidente.