Bancos criticam Bolsonaro por aumentar imposto: ‘Governo gosta de inflação’

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Isaac Sidney. Imagem: Divulgação/Febraban

O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, criticou a decisão do governo Jair Bolsonaro (PL) de aumentar a taxação sobre bancos e demais instituições financeiras. A entidade emitiu uma nota hoje afirmando que “a medida mostra insensibilidade”.

Em entrevista ao Estadão, Sidney argumentou que a decisão de Bolsonaro é ineficaz para resolver problemas estruturais do país e terá impacto na inflação.

“A impressão que fica é que o governo gosta de inflação e não se importa com as consequências de mais pressão inflacionária.” – Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em entrevista ao Estadão

Sidney falou que “é intrigante que, havendo setores muito mais lucrativos e com volumes elevados de incentivos fiscais, os bancos venham a ser penalizados com mais carga tributária”.

“O governo erra ao aumentar, mais uma vez, a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para os bancos, onerando consumidores, famílias e empresas, com crédito mais caro”, afirmou o representante dos bancos, na nota de hoje.

O presidente da Febraban também disse que tomar uma medida contra bancos poderia render apoio político, mas que, no fim da linha, a ação acaba afetando o cidadão de toda forma, uma vez que vai resultar no encarecimento de linhas de crédito como financiamento imobiliário e crédito consignado.

“A medida mostra insensibilidade com as pessoas e empresas, particularmente as micro e pequenas, que mais precisam de crédito”, argumentou Sidney. “Não faz sentido aumentar a carga tributária em um momento em que a economia desacelera e quando a Selic e a inflação estão nas alturas”, completou.

Tanto na nota, quanto ao Estadão, Isaac Sidney insistiu que para resolver os problemas econômicos do país a única saída, em sua opinião, é aprovar as reformas que tramitam no Congresso —uma delas é a tributária.

Associação das Instituições de Crédito também critica

A Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) também divulgou uma nota hoje por meio da qual “repudiou veementemente” o aumento da taxa.

“A medida adotada, neste momento, é totalmente descabida uma vez que aumentará o custo do crédito em um momento de alta de juros. A Acrefi entende que, tal medida, além de elevar os custos de operação, traz prejuízos aos consumidores e ao Sistema Financeiro”, diz o texto.

Entenda o aumento

O presidente Jair Bolsonaro editou na noite de ontem uma medida provisória para aumentar temporariamente a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) em 1%. Se for aprovada pelo Congresso dentro de 120 dias, ela estará válida até 31 de dezembro.

A taxa para os bancos que hoje é de 20% se tornará, dentro de três meses, 21%. As demais instituições financeiras terão alta de 15% para 16%.

A previsão do governo federal é de que isso gere um aumento de arrecadação de R$ 244,1 milhões este ano.

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