Bancos sempre arranjam argumento para aumentar teto do consignado, diz Lupi

Presidente Lula (PT) ao lado do ministro Carlos Lupi (Previdência Social) em cerimônia no Palácio do Planalto - foto de março de 2024 - Pedro Ladeira/Folhapress
Abertamente resistente a aumentar o teto do empréstimo consignado do INSS, o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) afirma que os bancos sempre vão encontrar uma justificativa para elevar a taxa e defende que fatores como a queda do dólar sejam considerados na decisão sobre o juro.
No começo de janeiro, o CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) elevou o teto de 1,66% ao mês para 1,80% ao mês após pressões de bancos, que reclamavam que a taxa estava congelada, enquanto a Selic (juro básico) já havia tido três altas.
Lupi critica alguns dos argumentos usados pelas instituições financeiras para justificar o aumento do teto, como o controle da inflação e a alta do dólar no final do ano passado.
“O último argumento é que o dólar encarece a tomada de empréstimo. Começou a cair. Como é que a gente fica?”, questiona. “A cada vez que a macroeconomia impacta em diminuir a taxa, os bancos arranjam um argumento que pode influenciar para ter que aumentar a taxa.”
O ministro lembra que já atendeu a alguns pedidos do setor financeiro, como reduzir o prazo entre a tomada de decisão sobre o teto e o efeito dela. Antes, diz, isso levava de sete a dez dias entre a publicação e efetivação. Agora, em média, o tempo caiu para 48 horas.