BC faz leve aceno: dúvida fiscal que gerava “elevada incerteza” passa a ser só “incerteza”

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© Antonio Cruz/Estadão. Sede do Banco Central

Por Fernando Nakagawa

O Banco Central fez um leve aceno ao reconhecer que houve mudança no cenário e novos fatos surgiram no radar nas últimas semanas. A dúvida sobre a nova regra fiscal, por exemplo, deixou de gerar “elevada incerteza” e passou a resultar em, apenas, “incerteza”.

Mesmo com a mudança, o BC ainda vê dúvidas à frente e preferiu seguir o livro-texto da política monetária e manteve o juro em 13,75%. O Comitê de Política Monetária fez mudanças pontuais no documento divulgado ontem (22/3), em que reconhece que o quadro fiscal teve alguma evolução positiva.

Na reunião anterior, em 1º de fevereiro, o documento citava que um dos fatores de risco à inflação era “a ainda elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal”. Hoje, o texto mostra que a dúvida permanece, mas o Copom optou por retirar o adjetivo usado para se referir a algo grande, superior.

Em outro trecho do documento, os diretores do BC reconhecem que “a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo”. Ou seja, a volta da cobrança dos impostos federais vai contribuir positivamente para o resultado das contas públicas.

O BC também reconhece que o quadro internacional piorou. Logo na abertura do documento, o comunicado cita que “desde a reunião anterior, o ambiente externo se deteriorou”.

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