Biden diz que Netanyahu não faz o suficiente para obter acordo de reféns
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na segunda-feira (2) que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, não está se esforçando para garantir um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza que leve à libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro do ano passado.
O americano afirmou ainda que estava prestes a apresentar uma proposta final para resolver o conflito e, com isso, resgatar as cerca de cem pessoas que ainda estão sob domínio da facção terrorista.
Biden falava a jornalistas depois que as forças israelenses recuperaram os corpos de seis reféns em um túnel de Gaza no fim de semana —incluindo o de Hersh Goldberg-Polin, 23, que tinha dupla cidadania dos EUA e de Israel.
O Exército de Tel Aviv disse que autópsias indicaram que os reféns provavelmente tinham sido mortos um ou dois dias antes da chegada das tropas e atribuíram os crimes a membros do Hamas.
A comoção tomou conta do país no Oriente Médio, que amanheceu em greve na segunda-feira (2), em um movimento que parece configurar a maior demonstração popular contra o governo desde o início da guerra.
Questionado se planejava apresentar um acordo final de reféns a ambos os lados nesta semana, Biden disse estar “muito perto disso”. Depois, quando a pergunta foi se ele acreditava que o tratado seria aceito por ambas as partes, respondeu que “a esperança é a última que morre”.
Indagado se achava que Netanyahu estava fazendo o suficiente para garantir um acordo de reféns, Biden negou, sem dar mais detalhes.
A descoberta dos corpos renovou as críticas sobre como a gestão do presidente vem lidando com Israel, maior aliado dos EUA no Oriente Médio.
Ele e a vice-presidente Kamala Harris, que tomou seu lugar na chapa democrata nas eleições presidenciais de novembro, enfrentam cada vez mais pressão para agir com mais assertividade em relação a Tel Aviv e, quem sabe assim, ajudar a dar um fim à guerra em Gaza, que no mês que vem completa um ano.
O conflito tem gerado divisões dentro do Partido Democrata, com muitos progressistas pressionando Biden a restringir ou ao menos impor condições ao fornecimento de armas a Israel.