‘Bingo de mulheres’ no Brejo da Paraíba: polícia abre investigação sobre denúncia feita por padre e identifica local denunciado

padre Adauto, da Paróquia São Sebastião, em Lagoa de Dentro
Um dia após o Ministério Público da Paraíba (MPPB) abrir procedimento para apurar denúncias de um suposto “bingo de mulheres” na zona rural de Lagoa de Dentro, a Polícia Civil instaurou, na terça-feira (11), inquérito próprio para investigar o caso. O caso foi denunciado publicamente por um padre durante missa transmitida ao vivo no domingo (9). Segundo a denúncia, mulheres seriam os prêmios nos sorteios.
Segundo o delegado Sylvio Rabello, responsável pelas investigações, equipes policiais já estão em campo para obter mais detalhes sobre o caso.
“Já estamos tomando depoimento dos conselheiros tutelares e de pessoas da cidade. Estamos marcando e ajustando o momento para que o pároco seja ouvido. Nós vamos prosseguir com as investigações. São relatos graves. Nosso objetivo é chegar aos autores”, afirmou.
O delegado explicou que o caso pode envolver diferentes crimes, como corrupção de menores, favorecimento à prostituição, aliciamento e comércio de seres humanos. “Que violam inclusive os direitos humanos”, acrescentou.
A denúncia foi feita pelo padre da Paróquia São Sebastião, Adauto Tavares, que mencionou o suposto esquema durante a missa. Ele afirmou que pessoas ligadas à igreja estariam envolvidas e pediu que o caso fosse levado à Justiça.
Polícia identifica possível local denunciado por padre
Um bar na zona rural de Lagoa de Dentro é apontado pela Polícia Civil como o possível local onde acontecia o suposto ‘bingo de mulheres’ denunciado pelo padre Adauto.
A informação foi confirmada na terça-feira (11) pelo delegado Sylvio Rabello ao programa Cidade Alerta, da TV Correio/Record.
Segundo o delegado, o estabelecimento é conhecido na região por abrigar garotas de programa, o que reforça a tese de que elas eram oferecidas como prêmios aos frequentadores.
A Polícia já ouviu o casal responsável pelo bar e ainda deve coletar o depoimento do Padre Adauto, que denunciou o caso.
O Ministério Público da Paraíba já havia informado que o primeiro passo da investigação seria ouvir o padre para obter mais informações sobre os possíveis envolvidos e vítimas. O órgão também reforçou que a Promotoria de Jacaraú está aberta para receber novas denúncias.
A Polícia Civil deve se reunir com o Ministério Público para discutir o caso.