Bolsonaro depõe e nega ter pedido para ex-diretor da PRF fazer campanha em 2022

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O presidente Jair Bolsonaro, em 2022, no Palácio da Alvorada - Evaristo Sá - 26.out.22/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou em depoimento na terça-feira (5) à CGU (Controladoria-Geral da União) que tenha pedido para Silvinei Vasques fazer campanha eleitoral para ele em 2022 enquanto atuava como diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Bolsonaro foi ouvido como testemunha de defesa no processo que pode cassar a aposentadoria do ex-diretor da PRF. Silvinei foi alvo de um processo administrativo disciplinar no início de 2023 por causa de oito possíveis irregularidades cometidas por ele nas eleições do ano anterior.

Ele é investigado na CGU por ter participado de eventos oficiais, concedido entrevistas e feito publicações nas redes sociais pedindo voto para Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022.

No curto depoimento, Bolsonaro foi acompanhado por dois advogados e foi inquirido apenas pela defesa de Silvinei. Os membros da comissão da CGU que conduzem o processo administrativo disciplinar não quiseram realizar perguntas ao ex-presidente.

No dia anterior ao segundo turno das eleições de 2022, o ex-diretor da PRF fez uma postagem em seu perfil no Instagram declarando voto no então presidente.

A publicação continha uma foto da bandeira do Brasil e o texto “vote 22. Bolsonaro presidente”. A imagem viralizou nas redes sociais antes de ser excluída.

Silvinei ficou preso preventivamente por quase um ano, por decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF). Foi solto no início de agosto de 2024, na véspera do aniversário de um ano de sua prisão. Moraes determinou que o ex-diretor usasse tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares.

O ex-diretor foi indiciado pela Polícia Federal por suposto uso da estrutura da Polícia Rodoviária Federal para realizar blitze em cidades onde Lula (PT) tinha mais votos que Bolsonaro durante a votação do segundo turno.

Em 1º de novembro, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) decidiu manter a decisão que determinava que Bolsonaro prestasse depoimento no processo do ex-diretor de forma oral, e não por escrito.

 

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