Bolsonaro ironiza Macron ao citar calor na Europa: “Isso acontece”

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Jair Bolsonaro. Foto: Rafaela Felicciano

Por Mayara Oliveira

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou o presidente francês, Emmanuel Macron, ao comentar, na quinta-feira (25/8), a seca, as queimadas e a onda de calor na Europa. Segundo uma agência da União Europeia, o continente está enfrentando sua pior seca em pelo menos 500 anos, com dois terços da região em alerta ou estado de alerta.

A relação entre Macron e Bolsonaro é marcada pela constante troca de farpas. Um dos temas mais sensíveis entre os dois chefes de Estado é a política ambiental brasileira, criticada pelo líder francês. Bolsonaro, por sua vez, acusa Macron de ter interesses escusos em relação à floresta brasileira.

“É uma seca nunca vista da história do mundo na Europa. São quase 30 países que existem lá. Uma parte considerável aí está enfrentando uma seca terrível que vem, agravado em cima disso, incêndio, em especial na França, do senhor Macron, que tanto critica o Brasil quando pega fogo ali na orla da região amazônica ou no Pantanal sul-mato-grossense. E a crítica dele é ácida e aponta logo o dedo para o presidente Jair Bolsonaro. Eu não quero fazer o mesmo, porque isso acontece”, afirmou Bolsonaro em sua tradicional live semanal.

Na sequência, o presidente brasileiro acrescentou: “Dizer ao prezado ministro [quis dizer presidente] Macron que isso acontece, então não estamos livres disso. Não continuem criticando o nosso país pela crítica para fazer uma política de seu interesse, contrário ao Brasil”.

Severa seca

De acordo com dados de um relatório de agosto do Observatório Europeu da Seca, órgão da União Europeia, 47% da Europa está em condições de alerta, com claro déficit de umidade do solo, e 17% em estado de alerta, em que a vegetação é afetada.

“A severa seca que afeta muitas regiões da Europa desde o início do ano vem se expandindo e piorando desde o início de agosto”, afirma o relatório, acrescentando que a região mediterrânea provavelmente vai enfrentar condições mais quentes e secas que o normal até novembro.

As colheitas de verão foram fortemente atingidas pela seca recorde. Os rendimentos de milho em 2022 foram 16% menores do que a média dos cinco anos anteriores, e os de soja e girassol devem cair em 15% e 12%, respectivamente.

 

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