Boulos reforça drible sobre voto que ajudou a livrar Janones em caso de ‘rachadinha’

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Guilherme Boulos durante sessão na Câmara dos Deputados - Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou na quinta-feira (6) considerar que “rachadinha” é crime, mas que não era isso que estava sendo avaliado durante o Conselho de Ética na Câmara dos Deputados.

A declaração foi dada em sabatina da Reag Investimentos e do canal MyNews, que está sendo realizada com os pré-candidatos a prefeito de São Paulo.

“Eu sempre disse e reafirmo: ‘rachadinha’ é crime. Quem comete, seja o Flávio Bolsonaro ou qualquer outro, tem que responder na Justiça e, se a Justiça comprovar que a pessoa é culpada, tem que ser punido. Isso vale para o Janones, para o Flávio Bolsonaro, para quem for. Agora, não era isso que estava em jogo ontem [quarta-feira] no Conselho de Ética”, disse.

O Conselho de Ética ignorou falhas e aprovou na quarta-feira (5) parecer de Boulos arquivando a representação contra André Janones (Avante-MG) por suspeita da prática de “rachadinha”. Foram 12 votos a favor e 5 contra.

Tanto Boulos quanto Janones são aliados do presidente Lula (PT). O primeiro é seu candidato à Prefeitura de São Paulo. O segundo integrou a linha de frente de sua campanha eleitoral digital em 2022.

Após a sabatina na quinta-feira (6), Boulos afirmou que o objeto da investigação aconteceu antes do mandato de Janones e que casos contra bolsonaristas já foram arquivados com o mesmo argumento.

“Então quem é de extrema-direita e bolsonarista não vai ser julgado por algo que aconteceu antes do mandato, como já aconteceu, e quem é de outro campo político vai ser julgado? Essa é a jurisprudência que já existe no conselho e foi com base nela que eu fiz o meu relatório”, disse.

Diferentemente do que diz Boulos, porém, as evidências e documentos relacionados ao caso indicam que a gravação na qual Janones fala sobre a devolução de parte do salário de auxiliares ocorreu quando ele já estava de posse do mandato.

A íntegra do áudio da reunião em que Janones foi gravado também indica que ele já havia tomado posse.

O deputado —que reconheceu ser sua a voz nos áudios— fala no encontro com cerca de dez assessores que naquele dia haveria sessão no plenário da Câmara e ele ainda estava desguarnecido sobre como proceder, além de reclamar com a equipe que outros deputados já estavam apresentando projetos de lei e ele, não.

O deputado só pode apresentar projeto de lei se já tiver de posse de seu mandato.

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