Brasileiros olham para cima, se vacinam e dão as costas a Bolsonaro

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A ver se o presidente Jair Bolsonaro correrá o risco de sacrificar a vida ou a saúde de Laura, sua filha, só para não recuar da posição de inimigo número 1 da vacina contra a Covid-19 – inclusive da infantil a ser aplicada em crianças de 5 a 11 anos de idade.

Como bom capacho dele, o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, criou dificuldades para a imunização dos pequenos. Tamanho foi o desgaste da imagem do governo que ele se rendeu à recomendação dos seus assessores e começará a vacinação em poucas semanas.

A doença mata uma criança a cada dois dias no Brasil, taxa de início considerada aceitável por Queiroga e Bolsonaro. Mas pesquisas de opinião encomendadas pelo governo mostraram que os dois estão na contramão do desejo da maioria dos brasileiros.

Nada que não fosse previsível, mas que nem por isso deixasse de causar espanto. Mas se o sujeito prefere ir à praia ao invés de ir comandar o socorro aos milhares de baianos desabrigados pela chuva, por que o espanto quando proíbe a filha de se vacinar?

O brasileiro deu as costas ao presidente acidental e aderiu em massa à vacinação. A ditadura militar de 64, tão admirada por Bolsonaro, vacinou adultos e crianças. Verdade que censurou a imprensa quando houve um surto de meningite, mas o combateu.

Faz sucesso nas redes sociais uma fotografia do presidente João Goulart em 1962 vacinando seus filhos. Goulart nunca foi comunista como disseram os militares que o derrubaram. Mas mesmo os comunistas não comem nem matam criancinhas.

Em julho último, 94% dos brasileiros, segundo o Datafolha, ou tinham se vacinado ou estavam dispostos a se vacinar. O Programa Nacional de Imunizações, que data dos anos 1970, criou a cultura da vacina e tornou-se referência mundial.

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