Briga em hospital: Agredida era única médica para 60 pacientes

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Confusão em hospital no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução/Vídeo Redes Sociais

A médica Sandra Lucia Bouyer Rodrigues que foi agredida, no último domingo (16) no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em um episódio que resultou na morte de uma paciente que estava internada no local, relatou que estava sozinha em um plantão para atender mais de 60 pacientes. O desabafo foi feito por ela em uma rede social.

– Nessa madrugada, fui vítima da precariedade e insegurança dos trabalhadores na saúde. Agredida fisicamente por um homem que não soube ouvir não e sua filha completamente alterados, enquanto eles e outros destruíam portas, cadeiras e ameaçavam pacientes e toda a equipe. Sem nenhum segurança. Resultado: cinco pontos na boca, equimose, arranhões, polícia, delegacia, IML. E tudo isso assumindo um plantão sozinha com mais de 60 pacientes internados. Desabafo – escreveu.

Desabafo de médica agredida em hospital. Foto: Reprodução/Facebook

Ao site Metrópoles, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro disse que o Hospital Municipal Francisco da Silva Telles conta, no total, com 154 médicos, sendo que 55 integram a emergência clínica. No entanto, no último domingo, quando a agressão aconteceu, Sandra deveria ter sido acompanhada pelo médico Lucas Miranda Coelho, que teve um problema de saúde e não pôde comparecer ao plantão.

SOBRE O CASO
Um pai e a filha foram presos em flagrante, no último domingo, por homicídio doloso, após agredirem uma médica e atrapalharem o atendimento de Arlene Marques da Silva, de 82 anos, que estava em estado grave no hospital.

De acordo com o delegado Geovan Salomão Omena, responsável pelo caso, André Luiz do Nascimento Soares chegou ao hospital com um corte no dedo, sem gravidade, e foi orientado a aguardar atendimento. No entanto, após ficar insatisfeito com a demora, ele teria começado a depredar o hospital com a ajuda da filha, Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23 anos.

Diante da confusão, a médica que trabalhava no local foi até o atendimento para saber o que estava acontecendo. Ao encontrar André e Samara, a profissional foi ofendida, agredida e chegou a receber um soco no rosto e um chute enquanto estava no chão. Por causa das agressões, a vítima sofreu um corte na boca e precisou levar pontos.

Por causa da briga, alguns pacientes se assustaram e um deles, com infarto agudo do miocárdio, teve de deixar a sala de atendimento e se esconder no banheiro. Arlene, que estava em estado grave, ficou sem acompanhamento por causa da confusão e acabou morrendo.

– É inadmissível uma conduta dessa onde, por uma situação banal, onde não houve ausência de atendimento, ele causou um dano patrimonial naquilo que é o pronto-socorro das pessoas, onde salvam vidas. Eles tiraram a vida de uma pessoa por conta desse ato irresponsável – disse o delegado Geovan Omena.

Ao portal G1, o advogado Cláudio Rodrigues, que representa André e Samara, alegou que houve uma confusão generalizada no hospital, mas que não se sabe a origem. O profissional disse ainda que é “forçoso” acusar pai e filha pela morte de uma paciente que já estava debilitada no hospital.

– Inicialmente a defesa entende, com a máxima vênia, que acusar os réus de homicídio de um paciente que já estava internado naquela unidade, possivelmente com um quadro clínico ruim, é forçoso demais. Réus esses que também estavam naquela unidade desesperados por um atendimento que não alcança – declarou.

A dupla responsável pela confusão irá responder pela morte da idosa. Os dois devem ser indiciados pelos crimes de dano ao patrimônio e lesão corporal contra a médica.

 

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