Capitólio em alerta por ato de apoio a invasores
Washington entrou em alerta máximo nesta sexta-feira (17), véspera de uma manifestação em apoio aos partidários do ex-presidente Donald Trump que invadiram o Capitólio, sede do Congresso americano, em janeiro passado.
O cercado que protegeu o prédio por seis meses após o ataque de 6 de janeiro voltou a ser instalado ali para o fim de semana, embora a polícia não tenha indícios de um complô relacionado com o comício do sábado, denominado “Justice for J6” (Justiça pelo 6 de janeiro).
No entanto, a polícia do Capitólio advertiu, durante coletiva de imprensa, que houve “algumas ameaças de violência” e que estava prevista a realização de uma contramanifestação nas imediações do prédio.
“Esperamos que o evento deste fim de semana seja pacífico, mas nosso plano operacional é escalável, por isso estaremos preparados para lidar com qualquer coisa que acontecer”, disse Sean Gallagher, chefe-adjunto encarregado das operações da Polícia do Capitólio.
Segundo esta Força, embora os organizadores tenham obtido permissão para 700 manifestantes, os agentes estão preparados para uma participação maior.
A Guarda Nacional tem 100 agentes preparados para agir em apoio à Polícia do Capitólio e às forças de ordem locais se for necessário.
“O que mais nos preocupa é a possibilidade de que os contramanifestantes se unam a esta manifestação e que haja violência entre os dois grupos”, disse a jornalistas o chefe da polícia do Capitólio, Tom Manger.
– Respeito –
Sede do Congresso, o Capitólio estará sem legisladores, pois muitos estão de férias e o ato ocorre num fim de semana.
Nas próximas semanas estão planejados atos similares em várias cidades do país.
Os organizadores, o grupo “Look Ahead America”, instaram os participantes a respeitar as forças de segurança e a não levar cartazes em apoio a Donald Trump.
“Acreditamos que qualquer um que tenha cometido violência contra os agentes da polícia ou tenha destruído a propriedade no edifício do Capitólio em 6 de janeiro deveria ter um julgamento rápido; se for culpado, deveria ser condenado e preso”, disse nesta sexta o diretor da organização, Matt Braynard, à C-SPAN.
“Nossa defesa é em nome da grande maioria das pessoas detidas neste evento que não são acusadas de cometer violência contra os agentes de polícia, que não são acusadas de destruição da propriedade”.
Milhares de simpatizantes de Trump, entre eles supremacistas brancos e ultranacionalistas, invadiram em 6 de janeiro o Capitólio, onde os legisladores se preparavam a certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições de novembro.
A multidão tinha sido incitada por Trump, que denunciou, sem apresentar provas, ter sido roubado nas eleições.
Mais de 600 pessoas foram acusadas por estes distúrbios, que deixaram cinco mortos. Uma dezena dos indiciados se declarou culpada e muitos podem pegar penas de prisão.
Uma manifestante foi morta pela polícia quando tentava invadir o Senado. As autoridades dizem que a multidão agrediu 140 agentes. Os danos no complexo do Capitólio foram estimados em 1,5 milhão de dólares.
“Nossos corações e mentes estão com as pessoas que estão sendo perseguidas injustamente pelo protesto de 6 de janeiro sobre a fraudada eleição presidencial”, declarou Trump em um comunicado nesta quinta-feira.