Caso Bruno e Dom: Torres pede para remarcar audiência com senadores

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Anderson Torres. Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, pediu a senadores da Comissão de Direitos Humanos (CDH) para remarcar a audiência pública prevista para ser realizada nesta quarta-feira (22/6). A oitiva tinha por objetivo esclarecer as ações do governo federal em torno dos assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo.

Torres solicitou a remarcação em razão, conforme dito aos senadores, de conflitos em sua agenda. Ainda não há a previsão de quando a oitiva ocorrerá. A informação foi confirmada ao portal pelo presidente da CDH, senador Humberto Costa (PT-PE).

Por se tratar de um convite, o ministro da Justiça não estava obrigado a comparecer à audiência. Diante da ausência confirmada para esta tarde, parlamentares estudam votar requerimentos de convocação do titular da pasta, obrigando-o a ir ao Senado.

A audiência seria realizada em colaboração com a Comissão Externa Temporária do Senado criada para monitorar de perto as apurações em torno do caso.

“Teremos mais mortes”

Ainda na quarta-feira (22/6), os membros dos colegiados ouviram representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Na ocasião, a entidade reclamou que as investigações da Polícia Federal sobre os assassinatos não levaram em consideração informações sobre ameaças e atuação de organizações criminosas já levantadas pela instituição e que foram repassadas às autoridades.

O procurador jurídico da Univaja, Eliesio Marubo, discordou da versão apresentada pela PF de que não há mandante ou organização criminosa por trás do crime e fez um alerta, caso essas informações sejam desprezadas e providências não sejam tomadas para identificação e punição dos mandantes: “Teremos mais mortes. Eu estou afirmando que teremos mais”.

“A diretoria da Univaja toda está marcada com a mesma marca de Bruno e Dom. Temos que andar com seguranças. Temos que andar com carro blindado. Isso não é vida. Não estamos em um país em guerra. Não estamos pedindo nada demais. Só queremos ter acesso a todas as garantias constitucionais”, apelou.

Uma lista com documentos foi entregue aos senadores das comissões, incluindo um ofício que foi encaminhado à Funai, no qual a Unijava informava a pesca ilegal. “Não demorou 60 dias. Mataram o Bruno e mataram o Dom. Não demorou 60 dias de um de um ofício que praticamente dizia como o crime estava estava ocorrendo”, comentou o senador Randolfe Rodrigues, durante a audiência.

Segundo Marubo, não houve providência alguma do governo em relação à denúncia. “E por incrível que pareça, tudo indica a depender das informações colhidas no inquérito, que a arma é a mesma que matou Bruno e Dom”. “A canoa é a mesma que foi utilizada para abordar; Todo o material é o mesmo. Essa pessoa também fez uma ameaça no dia anterior a equipe que estava recebendo Bruno”, destacou.

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