Ceará comandará Ministério da Educação e isso impõe lições à Paraíba

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Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará, é o novo ministro da Educação (Foto: Agência Brasil)

Por Josival Pereira

Como era previsto, o ministro da Educação será do Estado do Ceará. Nada menos do que o ex-governador Camilo Santana (PT). A titular da Secretaria Nacional do Ensino Básico também será cearense e nada menos do que a atual governadora Izolda Cela, que foi secretária estadual de Educação e secretária de Educação de Sobral, uma referência em ensino no país.

O Ceará ganhou o comando do Ministério da Educação, um dos mais importantes da estrutura do governo federal, pelos avanços que tem conquistado no setor nos últimos anos. São investimentos mais fortes e continuados em pouco mais de duas décadas, independente do governador que entra ou que sai. A educação virou prioridade para o Estado.

Na gestão de Camilo Santana, o Ceará obteve a melhor nota do Ideb em 2021. O número de escolas públicas bem ranqueadas no país deu um salto de 77 para 87 em uma lista com 100 unidades. As 12 melhores escolas públicas do país nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) estão no Ceará, que é referência em políticas públicas de alfabetização, com o programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC).

As políticas públicas em educação no Ceará são estudadas e referências para praticamente todos os Estados brasileiros e deverão ser reforçadas agora, com dois cearenses destacados na liderança do processo educacional brasileiro.

A indicação do senador eleito, Camilo Santana, para o Ministério da Educação, impõe duas lições à Paraíba. A primeira é que vale a pena o governo eleger prioridades para investimentos e a educação é sempre a política pública fundamental para o desenvolvimento econômico e social de uma região. Todos sabem que a educação é transformadora. A Paraíba ainda tem elevados índices de analfabetismo e muitos problemas em sua estrutura de ensino. A educação ainda não é a prioridade que deveria ser.

A outra lição diz respeito ao PT (Partido dos Trabalhadores). Por que o PT local não consegue dispor e oferecer quadros qualificados como Camilo Santana e outras lideranças que se destacam em Estados nordestinos (Humberto Costa em Pernambuco, Rui Costa na Bahia, Wellington Dias no Piauí, Márcio Macedo em Sergipe, senador Jean Patres no Rio Grande do Norte, entre outros)? Por que o PT da Paraíba é tão tacanho em termos de quadros políticos, sem desmerecer alguns de seus destacados militantes?

A constatação é dura, mas a verdade é que o PT paraibano não consegue ser simpático e atrair quadros que transcendam as porfias ideológicas e de grupos locais. Quando se destacou e virou prefeito e governador, Ricardo Coutinho estava fora do PT. O partido também não consegue dimensionar, por exemplo, a importância de um quadro como o ex-prefeito Luciano Cartaxo, que amargou para se eleger deputado estadual nas eleições deste ano.

Agora mesmo o partido não conta um nome que possa oferecer ao presidente Lula para ocupar cargos de destaque no primeiro ou segundo escalão do governo. É uma vergonha. O PT da Paraíba precisa acordar e abandonar de vez sua prática política fratricida e destrutiva ou não conseguirá ascender ao poder.

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