Ciro Gomes é alvo de buscas da PF em operação sobre irregularidades no estádio do Castelão
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (15) contra Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e pré-candidato à Presidência em uma investigação sobre supostas irregularidades em obras da ampliação da Arena Castelão, principal estádio do Ceará, para a Copa do Mundo de 2014.
Segundo a PF, as fraudes ocorreram entre 2010 e 2013, anos em que o Ceará era governado por Cid Gomes (PDT), irmão de Ciro e hoje senador. A polícia afirma que há indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas. As investigações começaram em 2017, segundo a PF, quando foram identificados indícios de esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para que uma empresa vencesse a licitação das obras da Arena Castelão.
No Twitter, Ciro classificou a ordem como “abusiva”, alegou não ter relação com o caso e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.”
Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pre-candidatura à presidência da republica. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018.
— Ciro Gomes (@cirogomes) December 15, 2021
“Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva”, diz a PF, em nota. A operação foi batizada de Colosseum – uma referência ao Coliseu, na Itália – e tem mandados de busca e apreensão cumpridos no Ceará e em Maranhão, Minas Gerais e São Paulo. As buscas têm como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos. As ordens foram expedidas pela 32ª Vara da Justiça Federal no Ceará.