Com apenas um motor funcionando, avião da Gol que seguia para JP desvia de rota e faz pouso de emergência em Vitória

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Avião da Gol ia do Rio de Janeiro à Paraíba e voltou para Vitória (ES). Foto: Reuters

Por Fabiana Oliveira e Viviane Lopes

Um avião da Gol teve que fazer um pouso de emergência no Aeroporto de Vitória na manhã da segunda-feira (31) após apresentar um problema em um dos motores. O avião saiu do Rio de Janeiro, do Aeroporto do Galeão (GIG), e seguia para João Pessoa (JPA) quando teve que fazer o pouso com apenas um motor funcionando.

A informação foi confirmada pela empresa Gol. No mapa da FlightRadar, sistema que disponibiliza a visualização em tempo real de aviões no mundo todo, é possível ver que o problema aconteceu enquanto a aeronave estava próxima da cidade de Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia.

A aeronave retornou para Vitória porque, operacionalmente, seria uma alternativa melhor para acomodação dos clientes, segundo a companhia.

O avião realizava o voo G3 1715, com saída às 8h05 do Rio de Janeiro, e a aeronave utilizada era um Boeing 737-800.

Foi nesse momento que o avião teve que voltar utilizando apenas um motor e pousar no aeroporto mais próximo e com estrutura para receber um Boeing, que era o de Vitória. A Gol afirmou que o pouso foi realizado com segurança.

Avião da Gol tem pane enquanto fazia trajeto entre Rio e João Pessoa e faz pouso de emergência em Vitória — Foto: Reprodução/flightradar24
Avião da Gol tem pane enquanto fazia trajeto entre Rio e João Pessoa e faz pouso de emergência em Vitória — Foto: Reprodução/flightradar24

Esse tipo de avião possui dois motores, e teve que voar com apenas um deles funcionando até o aeroporto mais próximo.

A empresa disse que o voo G3 1715, entre o Aeroporto do Galeão (GIG) e João Pessoa (JPA), na manhã desta segunda-feira foi reportado um problema técnico na aeronave, que alternou para Vitória (VIX) para manutenção após o pouso.

O que diz a Gol

A companhia disse ainda que todo o procedimento obedeceu aos protocolos de segurança e a aeronave foi desembarcada normalmente.

A Gol informou que criou uma operação para acomodação dos clientes em aeronave que segue do Aeroporto de Viracopos (VCP) para a capital capixaba para assumir o novo voo G3 9220 (VIX-JPA), com previsão de decolagem às 13h30.

A GOL reforçou que todas as ações em relação ao voo foram tomadas com foco na segurança, valor número 1 da companhia.

Avião da Gol tem pane enquanto fazia trajeto entre Rio e João Pessoa e faz pouso de emergência em Vitória — Foto: Reprodução/flightradar24
Avião da Gol tem pane enquanto fazia trajeto entre Rio e João Pessoa e faz pouso de emergência em Vitória — Foto: Reprodução/flightradar24

A reportagem entrou em contato com a concessionária que administra o Aeroporto de Vitória para pedir mais detalhes sobre o caso.

A Zurich Aiport informou que em situações em que é reportado um problema técnico na aeronave, o aeroporto mais próximo é acionado e ativa seu Plano de Emergência para receber o pouso. A partir daí são seguidos protocolos de segurança previstos no Plano de Emergência.

Até quando um avião consegue voar com apenas um motor funcionando?

Após um avião da Gol fazer um pouso de emergência no Aeroporto de Vitória na manhã da segunda-feira (31) por apresentar um problema em um dos motores, a reportagem foi atrás da resposta para a seguinte pergunta: até quando uma aeronave consegue voar com apenas um motor funcionando?

Na ocasião registrada na manhã de segunda-feira, o avião saiu do Rio de Janeiro, do Aeroporto do Galeão (GIG), e seguia para João Pessoa (JPA) quando registrou uma pane na altura de Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia. Diante da situação, o piloto da aeronave retornou até o Aeroporto de Vitória para realizar um pouso de emergência com apenas um motor funcionando.

O gerente de Segurança Operacional do Aeroclube do Espírito Santo, Marcos Nasif, explicou que os fabricantes das aeronaves preveem este tipo de pane e situação ainda durante a produção dos aviões. É como se os aviões já fossem feitos prevendo a possibilidade disso acontecer durante os voos.

“Quando os aviões possuem mais de um motor, é previsto que as aeronaves possam voar sem que um equipamento esteja funcionando. Para isso, é preciso que o avião esteja dentro do peso e do balanceamento previstos”, afirmou.

Nasif falou ainda que aeronaves maiores, como as que são normalmente utilizadas pelas companhias aéreas comerciais, podem ter até quatro motores.

“O fabricante da aeronave já prevê falha no motor, além de também prever que o avião voe com apenas um dos motores. O piloto que percebe alguma falha consegue compensá-la imediatamente por meio de comandos dentro da aeronave. Além disso, pilotos e operadores de voos são treinados exaustivamente para lidar com essas situações e, quando essas falhas acontecem, eles têm uma precisão fantástica”, disse.

Decisão de pousar em Vitória foi acertada

Ainda de acordo com Marcos Nasif, a decisão do piloto de voltar para o Aeroporto de Vitória e fazer um pouco de emergência foi acertada.

“O pouso foi de emergência, mas controlado, garantindo a segurança de todos. Na ocasião registrada, é possível que o aeronave conseguisse chegar até o destino final, no entanto, existe um Manual Geral de Operações (MGO) de operadores aéreos, que estabelece um protocolo de segurança a ser seguida, e por isso o piloto tomou a decisão de pousar em Vitória”, disse.

Nasif disse ainda que, caso a decisão do piloto fosse sobrevoar até o destino final, economizaria até combustível, mas por precaução escolheu pousar no local com estrutura mais adequada para receber o Boeing 737-800, que fazia esse voo em questão.

“Normalmente, ele [o piloto] não sabe a origem do problema e segue o protocolo de segurança. Poderia, por exemplo, acontecer uma pane no outro motor, e aí sim seria um pouso forçado”, disse.

Pouso forçado, segundo o gerente de Segurança Operacional, é quando o piloto não tem chance de escolher o local para onde ir.

“Ele vai pousar onde der, e isso pode ser, por exemplo, no quintal de uma casa”, destacou.

Exemplos de pousos de emergência

Além de falha no motor, outros problemas podem causar um pouso de emergência, como outros panes e até quando pássaros são “engolidos” pelas turbinas do avião.

“Geralmente, o pouso de emergência é causado por panes elétricas, mas há outras situações, como falecimento a bordo, colisões com pássaros, entre outros”, disse Nasif.

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