Crítica ao PIX, eleições e vida acadêmica: quem é Marcio Pochmann, economista anunciado para presidir o IBGE

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Marcio Pochmann — Foto: Erick Júlio / G1 Campinas

Por Arthur Menicucci

O economista Marcio Pochmann será o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo anúncio do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2011, o professor voluntário da Unicamp foi duas vezes candidato a prefeito de Campinas (SP), mas não se elegeu. Conheça, abaixo, a trajetória.

Em outubro de 2020, o economista postou uma crítica ao PIX, programa de transferências online que foi lançado um mês depois. Segundo ele, o PIX seria mais um “passo na via neocolonial a qual o Brasil já se encontra ao continuar seguindo o receituário neoliberal”.

“Na sequência vem a abertura financeira escancarada com o real digital e a sua conversibilidade ao dólar. Condição perfeita ao protetorado dos EUA”, completou Pochmann, no Twitter.

Atuação acadêmica

Pochmann é formado em ciências econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, em 1993, tornou-se doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Em 2000, virou professor livre docente pela Unicamp e, em 2014, assumiu como titular da universidade. O político, que tem 61 anos, se aposentou na Unicamp em 2020, mas seguiu como professor colaborador.

Segundo o Instituto de Economia, Pochmann seguia, até o semestre passado, dando aulas como colaborador. O próprio instituto informou, no entanto, que ele deve ser desligado pelo tempo que permanecer na presidência do IBGE.

O indicado pelo governo para o IBGE também publicou mais de 60 livros ligados à economia. Em 2002, venceu o prêmio Jabuti na categoria Economia, Administração, Negócios e Direito, com o livro A Década dos Mitos.

Vida política

Militantes no comitê de Marcio Pochmann durante as eleições de 2016 — Foto: Fernando Pacífico / G1
Militantes no comitê de Marcio Pochmann durante as eleições de 2016 — Foto: Fernando Pacífico / G1

Pochmann tem intensa atuação política, especialmente em Campinas – quando foi derrotado em duas eleições para prefeito. O economista também tentou vaga como deputado federal em 2018, quando ficou na suplência.

Em nota, o PT de Campinas defendeu a decisão do governo de indicá-lo para presidência do IBGE. “A vida acadêmica e profissional de Márcio demonstra que será um grande acerto do Governo Lula”, comunicou em nota.

  • Eleições de 2012

Candidato pelo PT, Pochmann iniciou a campanha com pouca intenção de voto nas primeiras pesquisas, mas cresceu e alcançou o segundo turno – quando foi derrotado por Jonas Donizette (PSB), atualmente deputado federal.

Naquele segundo turno, o economista foi escolhido por 42,31% dos eleitores, ou 231.420 votos. Jonas venceu com 57,69%, ou seja, 315.488 votos.

  • Eleições de 2016
Marcio Pochmann conversa com jornalistas após votar em colégio de Campinas, em 2016 — Foto: Lana Torres / G1
Marcio Pochmann conversa com jornalistas após votar em colégio de Campinas, em 2016 — Foto: Lana Torres / G1

Ao contrário do crescimento que teve na campanha anterior, Pochmann não obteve votos suficientes para chegar ao segundo turno em 2016.

Jonas Donizette buscava a reeleição e Pochmann realizou a campanha em meio às dificuldades enfrentadas pelo PT por conta das denúncias da Lava Jato. Com isso, o economista ficou em terceiro, com 74.334 votos (15,04%). Jonas foi reeleito no primeiro turno.

  • Eleições de 2018 e mais

Dois anos depois, o economista tentou vaga como deputado federal e obteve 53.261 votos, o que garantiu apenas vaga como suplente.

Antes das eleições, Pochmann foi Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade durante governo de Marta Suplicy (PT), em São Paulo.

Também presidiu, entre 2012 e 2020, a Fundação Perseu Abramo, associação ligada ao Partido dos Trabalhadores para “desenvolvimento de atividades como as de reflexão política e ideológica, de promoção de debates, estudos”.

Pochmann foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e participou da transição do governo após a eleição de Lula.

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