Delegado da PF que investiga Bolsonaro é promovido a chefe de divisão

Jair Bolsonaro. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O delegado Fabio Alvarez Shor foi promovido a chefe da Divisão de Investigações e Operações de Contrainteligência da Polícia Federal.
A estrutura fica dentro da Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da PF. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União da quinta-feira (6/2).
O investigador ficou nacionalmente conhecido por conduzir inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entre eles o das milícias digitais.
Na PF, o investigador é conhecido por seu perfil discreto e técnico. Além da área operacional, na condução de investigações, ele também é visto como um delegado com ampla experiência no setor de inteligência da corporação.
Shor, até então, atuava como delegado dentro da coordenação de Contrainteligência, agora passará a chefiar toda a divisão de Contrainteligência, onde tramitam diversos inquéritos.
O delegado irá substituir Luciana Matutino Caires, que ocupou a chefia da Divisão até dezembro de 2024.
Milícias Digitais
O delegado Fabio Shor passou a ser o responsável pelo inquérito que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro no início de 2022, quando a delegada Denisse Ribeiro, até então titular das apurações, saiu de licença maternidade.
O investigador passou a atuar no caso no momento em que Bolsonaro, ainda presidente, escalou seus ataques ao sistema eleitoral e aos resultados das eleições de 2022.
Com o fim do governo e início da gestão Lula, o delegado avançou com a investigação que resultou em buscas contra Bolsonaro e seus aliados e, por fim, o indiciamento do ex-presidente da apuração sobre a trama golpista. O delegado é um dos quatro que assina o relatório de indiciamento.
Estão dentro do inquérito das milícias, além da apuração sobre a trama golpista, o caso da fraude no cartão de vacinação, a investigação sobre desvios de verbas de cartão corporativo e a disseminação de notícias falsas sobre as urnas.
Por causa da sua atuação nessas apurações, ele entrou na mira de bolsonaristas que passaram a atacá-lo.