Delegado explica que operação contra contrabando de cigarros no NE quebra eixos da organização

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O coordenador-geral de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, delegado Cléo Mazzotti, declarou nesta quinta-feira (10) que a operação “O Mercador Fenício”, desbaratada na Paraíba e em mais sete estados brasileiros contra o contrabando ilegal de cigarros, representa uma importante vitória das forças policiais brasileiras contra uma quadrilha que vinha atuando e se fortalecendo em todo o Nordeste porque quebra diversos eixos da organização. As declarações foram dadas durante uma entrevista coletiva na sede da PF em João Pessoa.

Mazzotti destaca que o contrabando de cigarros provoca diversos problemas graves na sociedade, levando à evasão fiscal, à problemas na geração de emprego e também a problemas de saúde pública. Mas que, na questão da lavagem de dinheiro, o problema pode provocar consequências inimagináveis.

“O processo de lavagem de dinheiro do contrabando de cigarro pode quebrar a economia local”, explica o delegado.

Isso porque, ainda de acordo com ele, esses criminosos não pagam impostos, não criam empregos e, com o tempo, começam a investir em comércios e empresas regulares. “Eles começam a tomar o mercado, porque adotam um preço abaixo do mercado, já que eles são financiados pelo dinheiro do crime. Promovem concorrência desleal e quebram comerciantes e empresários que trabalham licitamente. Começam a dominar cidades. Cidades inteiras começam a ser dominadas por criminosos atuando com base em questões irregulares”, prossegue Mazzotti. “Essa operação da PF quebra toda essa roda criminosa que começava a se armar”, completa.

O delegado destaca também que o mercado de contrabando de cigarros funciona de forma fragmentada, separada em nichos que são responsáveis por diferentes setores da operação. Existe, segundo ele, o grupo que traz a mercadoria para dentro do país, o que realiza o transporta interno, o responsável pela logística, o responsável pelo armazenamento e aquele que fica com o processo de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas.

“Vários desses eixos hoje foram quebrados”, comemora Cléo Mazzotti.

Ele pondera ainda que o objetivo da operação foi prender os principais articuladores da organização criminosa e desarticulá-la financeiramente. “É importante retirar patrimônios dessas organizações criminosas e impedir toda uma cadeia logística que estava sendo criada, inclusive de lavagem de dinheiro em outros estados da federação”.

A operação cumpriu mandados nos municípios paraibanos de João Pessoa, Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha, Patos e Sumé. E também nos estados de Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. De acordo com o delegado, os mandados de prisão são contra “as principais lideranças” da organização.

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