Depois de Lula, é a vez de outro injustiçado (Aécio Neves) comemorar

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Aécio Neves. © Fornecido por IstoÉ

Por Ricardo Kertzman

Durante alguns anos, especificamente entre 2014 e 2018, acho eu, pois não tenho certeza e não vou pesquisar para ter, o Brasil viveu sob um regime ditatorial, ou uma espécie de Estado de Exceção, onde um punhado de empresários, políticos e governantes honestos foram injusta e cruelmente perseguidos pela Justiça brasileira.

Um ex-juiz suspeito, um bando de procuradores criminosos, a CIA e o FBI se juntaram e iniciaram uma verdadeira caçada humana, política e empresarial, com vias a destruir a economia e a democracia do Brasil, e os nossos maiores homens de negócio, tudo porque, um dia, acordaram de péssimo humor e resolveram botar para quebrar.

Centenas de executivos foram barbaramente torturados até confessarem propinas pagas com malas de dinheiro, coberturas triplex na praia, sítios nas montanha, vinhos raros, relógios de luxo, automóveis importados, viagens, etc., fantasiosamente listadas em planilhas com nomes e apelidos dos corruptos e corruptores.

TUDO VIAGEM

Mega-empreiteiras, exportadores gigantescos de proteína animal, petroleiras e outros grupos apelidados ‘campeões nacionais’, por um partido político honestíssimo, também injustamente perseguido, sabe-se lá o porquê, de uma hora para outra devolveram, ou melhor, doaram, bilhões e bilhões de reais que nunca roubaram.

Alguns dos mais importantes empresários e políticos do Brasil foram presos injustamente e, vejam só, até confessaram crimes que nunca cometeram, tadinhos. Tudo isso para agradar, além do ex-juiz suspeito, desembargadores e ministros do STJ e STF, que ratificaram – em alguns casos, até aumentaram – as penas impostas.

Porém, como a justiça tarda, mas não falha, um belo dia, um criminoso (hacker), em conluio com setores da imprensa isenta e poderosos amigos dos corruptos – que não eram corruptos -, roubaram mensagens privadas do judiciário e, sem qualquer base legal, conseguiram, pouco a pouco, reverter as condenações absurdas.

JUSTIÇA SEJA FEITA

Daí, não mais que de repente, ministros do STF, em surto de clarividência, começaram a rever suas decisões e, bingo!, um a um os corruptos, confessos ou não, que nunca foram corruptos, começaram a ter suas prisões revogadas e suas sentenças anuladas, ainda que jamais tenham sido declarados inocentes das acusações falsas.

Porém, quando tudo ainda parecia um pouco lento e injusto, um presidente da República, pretensamente eleito para impedir que a impunidade, digo justiça, vingasse, começou a nomear, para cargos específicos, homens probos da lei que, finalmente, dizimaram a famigerada Operação Lava Jato, aquela fantasia dos homens maus da lei.

Assim, hoje temos um ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) livre, leve e solto, inclusive para se tornar presidente da República, desde que, claro, vença o patriarca do clã das rachadinhas (confessadas pelo operador do família!!) que, aliás, em breve, também será inocentado ou engavetado ‘for ever’.

VIVA O BRASIL

Como desgraça pouca é bobagem, melhor dizendo, a justiça sempre prevalece, um outro injustiçado, pobre senador que teve o primo-mensageiro filmado, recebendo 2 milhões de reais de um empresário honestíssimo, igualmente preso de forma arbitrária, acaba de ser declarado inocente, por um juiz de São Paulo, que finalmente colocou ordem na bagunça.

Aliás, já era tempo. Afinal, nem o – como é mesmo? – Dudu Cunha (outro santo), que não é bananinha, está solto, pô! Inclusive, não sei por que o grande Sergio Cabral, que num momento de alucinação confessou que roubou bilhões de reais, ainda está encarcerado. Temos de iniciar uma campanha humanitária urgentemente: Cabral livre!

Não vejo a hora de assistir a Sergio Moro e os demais membros da criminosa Operação Lava Jato serem presos por seus crimes contra homens, partidos e empresas tão sérios e honestos. Bem como, o Estado brasileiro indenizar, por danos morais e materiais, todo esse pessoal, além, é claro, devolver o dinheiro que eles devolveram, digo, doaram.

Então, ficamos assim: Lula não liderou quadrilha nem recebeu propina, a despeito da confissão de Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, e da planilha ‘amigo’, entregue por Palocci. E Aécio Neves não enviou o primo para pegar dinheiro do empresário que falou com Michel Temer na garagem do Jaburu. Que bom que o mal-entendido foi desfeito e a justiça triunfou. Parabéns, Brasil.

 

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