Deputado quer CPI da Homofobia e que aplicativos de encontros adotem medidas de segurança

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Bandeira-LGBTQIA

O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL-SP) quer instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para investigar e combater o desaparecimento e o assassinato de pessoas LGBTQIA+ após encontros marcados por meio de aplicativos.

O parlamentar começou o processo de coleta de assinaturas —são necessárias 32 para que ela seja aprovada— e diz acreditar que casos recentes como o da morte de Leonardo Rodrigues Nunes, 24, podem ajudar na mobilização e na adesão de outros deputados.

O jovem foi encontrado baleado no último dia 12, após marcar um encontro por meio de um aplicativo chamado Hornet, voltado para o público gay, na região do Sacomã, zona sul da cidade.

“Estamos em um mês importante [do Orgulho LGBT+]. Lamentavelmente, o caso do Leo é mais um de uma série [de crimes] que estão se tornando recorrentes e que envolvem aplicativos de relacionamentos”, diz Cortez. “É uma forma nova de se perseguir e cometer violência contra a população LGBT.”

Se a CPI da Homofobia for instalada, o deputado afirma que pretende convocar representantes de aplicativos de relacionamentos para questionar quais medidas de proteção aos usuários estão sendo tomadas, além de representantes da segurança pública.

Leonardo Rodrigues Nunes foi encontrado baleado em uma rua na Vila Natalia, zona sul de São Paulo
Leonardo Rodrigues Nunes foi encontrado baleado em uma rua na Vila Natalia, zona sul de São Paulo

“Diante da fragilidade da segurança digital dos aplicativos de encontros, criminosos têm utilizado essas plataformas para atrair homens gays através de perfis falsos e cometer crimes como roubo, extorsão, violência física e homicídios”, afirma o requerimento da CPI.

A mãe de Leonardo, Adriana Rodrigues, diz que o homicídio foi motivado por homofobia e pede agilidade nas investigações —a delegada do caso afirma que, por ora, não há indício de motivação homofóbica.

Uma reportagem do portal G1 mostrou que, nos últimos cinco meses, ao menos nove roubos e tentativas foram registrados em locais bem próximos ao endereço onde Leonardo foi morto.

Em todos os nove casos, os jovens também foram para a região após marcar encontros por meio de aplicativos de relacionamento, segundo a publicação.

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