Diesel é motivo de queda de braço entre Economia e Agricultura

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Por Lucas Marchesini e Guilherme Amado
Os ministérios da Economia e da Agricultura estão travando uma queda de braço em torno do percentual de biodiesel que deve ser misturado no diesel.
A pasta comandada por Paulo Guedes quer reduzir a quantidade do biodiesel no combustível fóssil para conter o aumento do preço do diesel. Já a Agricultura pede o oposto, já que mais biodiesel na mistura leva a um maior consumo de soja, insumo utilizado para fabricar o produto.
O preço do diesel é o componente principal da insatisfação de caminhoneiros com o governo de Jair Bolsonaro. A medida defendida pelo Ministério da Economia visa a atender promessas do presidente à categoria em detrimento dos outros interessados na questão.
Como argumentos em defesa do biodiesel, os defensores do produto apontam a geração de empregos na cadeia da soja e benefícios ambientais. O diesel é importado e por isso geraria muito menos postos de trabalho no Brasil.
Um cronograma estabelecido pelo governo em 2018 previa que o percentual de mistura fosse de 12% atualmente. Em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o Ministério da Economia tentou reduzir esse número para 6%. Diante dos protestos da pasta da ministra Tereza Cristina, acordou-se um percentual de 10%.