Disputa pela Mesa da ALPB pode antecipar formação de blocos para 2026

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Assembleia Legislativa da Paraíba — Foto: Foto: divulgação/ALPB

Por Josival Pereira

Personagens com larga experiência na política da Paraíba já adiantam que a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, em certa medida, deverá antecipar o quadro de confronto dos próximos anos, até 2026. E o embate ou embates não deverão ocorrer entre o governo e a oposição formatada pelas recentes eleições.

A oposição, ao contrário do seria esperado, de acordo com projeções abalizadas, tende a encontrar refúgio em grupos políticos mais ligados ao governo ou que tenham estrutura para amparar parlamentares necessitados de apoio para atendimento de suas bases eleitorais. Notas na imprensa, por exemplo, revelam que a deputada Camila Toscano (PSDB) teria recusado proposta de parlamentares ligados ao bolsonarismo para formação de chapa para às eleições da Mesa da Assembleia.

Desse modo, projeta-se que o confronto político na Assembleia acabe ocorrendo entre grupos que participaram das últimas eleições já planejando se expandir no panorama de poder do Estado e com ambição de assumir o controle do governo no próximo pleito estadual.

E que grupos são esses que se organizam para disputar o controle do Poder Legislativo pensando nas eleições futuras para o governo do Estado?

Um grupo já se lançou publicamente. São as forças que estão abrigadas no partido Republicanos e que tem o deputado federal Hugo Motta como principal líder. O deputado Adriano Galdino pleiteia se manter no controle da Mesa da Assembleia desde mesmo antes das eleições. Agora, com uma bancada de oito parlamentares, a maior entre os partidos, o Republicanos já pleiteia eleger presidentes para os próximos quatro anos (dois biênios).

Não é surpresa também que, nas articulações para a composição de coligações para as eleições, o deputado Hugo Motta conseguiu atrair forças que o colocam como um dos principais líderes do Estado e em condições de não apenas ser candidato a uma das vagas de senador, mas de liderar um agrupamento para concorrer ao governo.

O nó do problema estaria aqui. O controle do governo também é projeto do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, presidente do partido Progressistas, que elegeu o vice-governador e uma bancada de sete deputados espalhados entre seu próprio partido e outras legendas aliadas.

Aguinaldo já teria conseguido atrair a oposição para seu plano de disputar a Mesa da Assembleia, que, unida ao grupo de deputados eleito sob sua influência, praticamente empataria o jogo. A luta agora seria conquistar parlamentares de partidos ligados ao governo, mas com certo grau de independência.

O quadro seria esse, então: dois grupos ligados à base do governador João Azevedo podem se enfrentar na disputa da Assembleia, se constituindo em polos de forças que estabeleceriam confrontos nas eleições municipais em preparação para às eleições governamentais.

Um detalhe é que, se essa briga se estabelecer de fato, o governador João Azevedo acabará numa tremenda saia justa e em dificuldade de cumprir compromisso com o Republicanos.

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