Dono da Dolly é condenado a prisão por corrupção e crime ambiental

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O empresário Laerte Codonho, dono da fabricante de refrigerantes Dolly, em entrevista à Folha em 2018 - Eduardo Anizelli - 8.jun.18/Folhapress

O empresário Laerte Codonho, dono da fabricante de refrigerantes Dolly, foi condenado a prisão pela Justiça de São Paulo por crime ambiental, corrupção de policiais e outros delitos.

Em decisão publicada na quinta-feira (13), o juiz Djalma Moreira Gomes Junior, da Comarca de Itapecerica da Serra (Grande SP), determinou que o empresário cumpra 11 anos e quatro meses de reclusão, além de quatro anos e dez meses de detenção e o pagamento de cerca de R$ 570 mil em multas.

Outras sete pessoas também foram condenadas por envolvimento nos crimes. Ainda cabe recurso.

Ao jornal Folha de S.Paulo, Codonho negou acusações, disse que vai recorrer da decisão e chamou a sentença de absurda.

A condenação da quinta (13) responde à denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo em 2019. De acordo com a promotoria, Codonho e seus colaboradores compraram, por meio da empresa StockBank, um imóvel em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, com o objetivo de ingressar no mercado de exploração e envase de água mineral.

As investigações apontaram que, entre 2014 e 2016, o grupo desmatou uma área de mais de cinco hectares no local sem ter obtido licença prévia, causando degradação em floresta densa e próxima a nascentes. Além dos crimes ambientais, o Ministério Público também denunciou Codonho e outras pessoas pelo pagamento de propina ao então diretor de obras de São Lourenço da Serra, bem como a policiais civis com o objetivo de evitar problemas com o desmatamento.

Ao todo, o dono da Dolly foi condenado por crime ambiental, corrupção ativa de policiais civis, corrupção ativa de funcionário público, falsificação de documento particular e falsidade ideológica.

O juiz determinou que o empresário comece o cumprimento da pena de reclusão em regime fechado.

“Isso tudo que está acontecendo agora é um absurdo. Essa decisão é tão absurda que ela vai ser toda anulada”, disse Codonho à Folha.

“Estou negando veementemente a acusação de corrupção, o celular foi apreendido pelo Gdec [grupo do Ministério Público], foi feita perícia e nunca se constatou essa mensagem no celular no período em que usei, que fala que eu teria autorizado a corrupção”, acrescentou.

Quanto à condenação por crime ambiental, Codonho diz que, quando comprou o imóvel, constava que havia autorização para a construção de um galpão, em área que ficava em frente a uma rodovia federal e de frente para a cidade.

Na decisão, o juiz afirmou que Codonho, no comando das empresas que integram o Grupo Dolly, emprega “esforços para atuar à margem da lei” e disse que ficou comprovado que o empresário é “o chefe de todo o bando”, com subordinados que se reportam a ele.

“Diante da sua condição de ‘cabeça’ do esquema, sua culpabilidade é mais exacerbada que as dos demais acusados, pois detinha o controle final dos atos e poderia, com um simples comando, cessar todas as condutas criminosas, tais como o desmatamento e a corrupção dos policiais”, afirmou o magistrado na sentença.

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