DPU vai propor penas alternativas para 181 réus do 8/1

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Manifestantes invadiram Congresso, STF e Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

por Isadora Teixeira

A Defensoria Pública da União (DPU) negocia com a Procuradoria-Geral da República (PGR) um acordo de não persecução penal (ANPP) para 181 réus acusados de participar dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Essas pessoas são defendidas pela DPU e estariam aptas a firmarem o ANPP, porque foram acusadas de associação criminosa e incitação ao crime, delitos com pena máxima total de 3 anos e 6 meses de prisão.

De acordo com o defensor público federal Bruno Arruda, integrante da assessoria da DPU que atua no STF, esses casos são diferentes em comparação aos três primeiros réus condenados nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em que as penas foram estipuladas entre 14 e 17 anos de detenção.

Arruda disse à coluna Grande Angular que a ideia é que as ações contra os 181 réus sejam enviadas ao Núcleo de Prática Restaurativa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que tem experiência com práticas restaurativas em casos penais.

“A partir de então, seria investigado, a partir da individualização de cada caso, o que levou a pessoa a cometer o crime, e serão fornecidos os elementos para que seja restaurado o estado de antes do delito”, afirmou.

Uma pessoa que caiu em fake news sobre as eleições e participou do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, por exemplo, poderia receber orientação sobre como checar se determinada informação é verdadeira, além de cumprir outras medidas menos gravosas do que a prisão, como pagar multa. Os requisitos serão definidos pela PGR.

“Procuramos que essas pessoas tenham outro tipo de resposta que não a resposta penal uniforme e não individualizada. Prisão não adiantará para uma parcela grande que participou do movimento, especialmente para as pessoas que estavam acampadas e não participaram do quebra-quebra. A ideia é que o réu possa entender o que o levou a cometer o crime”, explicou o defensor.

A DPU atende a 427 dos 1,3 mil cidadãos acusados de participar da tentativa de golpe, invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

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